Este trabalho tem foco no conceito Bem Viver dos povos indígenas brasileiros, buscamos avançar em entendimentos sobre os modos, expressões de vida e identidade imbuídos de memória, ancestralidades e historicidade, mas que ao mesmo tempo apontam perspectivas de futuros alternativos. Realizamos um levantamento bibliográfico, nos meses de agosto e setembro de 2020, de artigos publicados em português nas quatro principais plataformas científicas (SciELO, Scopus, Web of Science e Google Acadêmico). Nós utilizando a string de busca (bem viver e povos indígenas) e identificamos 18 publicações que estudaram algum aspecto do Bem Viver de 37 etnias. Sistematizamos os trabalhos de acordo com os cinco elementos desenvolvidas por Pablo Solón em 2019. Produzimos mapas com a localização das etnias estudadas, as bacias hidrográficas contempladas e a distância dos centros de pesquisas, utilizando o software livre Qgis. Ainda que a região Norte do Brasil abrigue mais de 60% dos povos indígenas brasileiros, os resultados mostraram a região Sul e Sudeste, com 55% dos estudos realizados e a etnia Guarani como a mais estudada. A acessibilidade as comunidades indígenas é um fator limitante para os estudos de Bem Viver, apenas 5% das comunidades indígenas citadas estavam localizadas a mais de 600km de centros de pesquisas. O elemento do Bem Viver mais evidenciado foi “Uma visão do todo” por ser o elemento integrador, seguido pelos elementos “a busca do equilíbrio” e “a convivência na multipolaridade”. Ao destacarmos esses elementos entendemos as cosmovisões indígenas como fontes importantes de inspiração para (re) pensar a crise civilizatória contemporânea.