Objective: To conduct a systematic review to evaluate the evidence of the use of incentive spirometry (IS) for the prevention of postoperative pulmonary complications and for the recovery of pulmonary function in patients undergoing abdominal, cardiac and thoracic surgeries. Methods: Searches were performed in the following databases: Medline, Embase, Web of Science, PEDro and Scopus to select randomized controlled trials in which IS was used in the pre-and/or post-operative period in order to prevent postoperative pulmonary complications and/or recover lung function after abdominal, cardiac and thoracic surgery. Two reviewers independently assessed all studies. In addition, the study quality was assessed using the PEDro scale. Results: Thirty studies were included (14 abdominal, 13 cardiac and 3 thoracic surgery; n=3,370 patients). In the analysis of the methodological quality, studies achieved a PEDro average score of 5.6, 4.7 and 4.8 points in abdominal, cardiac and thoracic surgeries, respectively. Five studies (3 abdominal, 1 cardiac and 1 thoracic surgery) compared the effect of the IS with a control group (no intervention) and no difference was detected in the evaluated outcomes. Conclusion: There was no evidence to support the use of incentive spirometry in the management of surgical patients. Despite this, the use of incentive spirometry remains widely used without standardization in clinical practice.Keywords: incentive spirometry; surgery; postoperative care; postoperative complication; physical therapy; breathing exercise.
ResumoObjetivo: Realizar um levantamento da literatura para avaliar as evidências do uso do incentivador respiratório (IR) na prevenção de complicações pulmonares pós-operatórias (CPPs) e recuperação da função pulmonar em pacientes submetidos a cirurgias abdominal, cardíaca e torácica. Métodos: Esta revisão sistemática utilizou as bases de dados Medline, Embase, Web of Science, PEDro e Scopus para selecionar ensaios clínicos randomizados, nos quais o IR foi utilizado nos período pré e/ou pós-operatório, visando prevenir CPP e/ou recuperar função pulmonar após cirurgias abdominal, cardíaca ou torácica. Dois revisores analisaram independentemente os estudos. Além disso, a qualidade dos estudos foi avaliada segundo a escala PEDro. Resultados: Trinta estudos foram incluídos (14 de cirurgia abdominal, 13 de cardíaca e três de torácica; n=3370 pacientes). Na análise de qualidade, os estudos obtiveram média de 5,6, 4,7 e 4,8 pontos nas cirurgias abdominais, cardíacas e torácicas, respectivamente. Cinco estudos (três de cirurgia abdominal, um de cardíaca e um de torácica) compararam o efeito do IR com grupo controle (sem intervenção) e não se verificou diferença nos desfechos estudados. Conclusão: Não se encontraram evidências que subsidiem o uso do IR no manejo de pacientes cirúrgicos.Apesar disso, o uso do IR continua não-padronizado e amplamente difundido na prática clínica.