Na construção civil, a escolha das cores que constituirão o envelope construtivo muitas vezes são determinadas seguindo apenas fatores estéticos. Porém, em decorrência da propriedade superficial dos materiais de absortância solar, as cores das edificações também influenciam o desempenho térmico das mesmas. O objetivo principal deste trabalho foi analisar os impactos do envelhecimento natural em telhas cerâmicas e de concreto, sobre suas características de parâmetros de cor e temperatura superficial; ambos associados à variação de absortância solar. Para isso, 25 telhas foram selecionadas e expostas às intempéries, por um período de 24 meses, em uma estação de envelhecimento natural, localizada na cidade de São Carlos, SP. Verificou-se que o parâmetro de cor com maior correlação em relação à absortância solar (αsolar) é a luminosidade (L*), e que, de forma geral, quanto maior a luminosidade (L*), menor é a absortância solar (αsolar) da telha. Além disso, altos valores de absortâncias solares (αsolar), implicam em baixos valores de luminosidade (L*), o que de certa forma explica a associação visual, muitas vezes equivocada, entre as cores “claras” e sua baixa absorção de radiação solar. A telha com maior luminosidade (L*) e menor absortância solar iniciais (αsolar) foi a amostra que sofreu maior variação percentual de absortância solar ao final da exposição. No entanto, apesar de ter sido a amostra mais impactada pela degradação natural, esta continuou apresentando as menores temperaturas superficiais dentre todas as amostras selecionadas, mesmo após os 24 meses de intemperismo. Portanto, pode-se concluir que nem sempre a amostra com menor degradação percentual ao longo do tempo é mais recomendada quando se pensa em conforto térmico nas edificações. Em relação às cores, não foi possível determinar uma linha de tendência para as alterações dos parâmetros a*, b*, C e h ao longo de 24 meses de exposição ao tempo, para as 25 telhas selecionadas neste trabalho. Por fim, conclui-se que a correta especificação das cores e o controle das propriedades ópticas dos materiais do envelope construtivo é uma estratégia de baixo custo e eficiente para se controlar os ganhos térmicos de uma edificação.