O estudo verifica quais custos associados influenciam a escolha (trade-off) de uma prática de gerenciamento de resultados (GR), em detrimento de outra, pelas empresas. Para tanto, realizou-se um estudo empírico com as empresas brasileiras de capital aberto listadas na B3 no período 2008-2017, desenvolvido em duas etapas. Na primeira, foram estimados os níveis de custos de produção considerados normais, despesas discricionárias e accruals, seguindo a metodologia proposta por Roychowdhury (2006) e Jones modificado (Dechow et al., 1995). Na segunda etapa, seguindo Zang (2012), os resíduos dos modelos propostos fizeram parte das múltiplas regressões estimadas em painel, para avaliar o efeito dos custos de cada modalidade de gerenciamento. Os dados foram obtidos via plataforma Economática, sendo tratados no software Stata. Os resultados indicam que as empresas auditadas por Big4 tendem a incorrer menos em GR baseado em accruals e que empresas consideradas líderes no segmento em que atuam engajam-se mais em manipulação por atividades reais. Não foi possível confirmar que, em função de seu status pouco competitivo no setor, empresas não líderes usam mais GR por accruals. Por outro lado, condição financeira menos saudável é determinante para gerenciamento por accruals. Além disso, os resultados indicam uma relação substitutiva entre manipulação de atividades reais e GR por accruals. O nível desse último está negativamente relacionado com o valor inesperado do primeiro, realizado no final do exercício social.