Ações de educação alimentar e nutricional no ambiente escolar: uma revisão de escopo

Abstract

Para grande parcela da população infantil, a escola pode ser um potente ambiente promotor da saúde, uma vez que ações neste âmbito facilitam o acesso aos escolares. É relevante investigar se tais ações estão em consonância com as diretrizes alimentares vigentes, conforme preconizado. Objetivo: Analisar a produção científica sobre ações de Educação Alimentar e Nutricional após a publicação atual do Guia Alimentar para a População Brasileira. Métodos: Foi realizada uma revisão de escopo, utilizando-se os procedimentos metodológicos propostos pelo Joanna Briggs Institute, e estrutura conforme recomendações do PRISMA-ScR. A busca ocorreu nas bases de dados PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde e Embase e considerou estudos publicados após 2014, ano de publicação do atual Guia Alimentar para a População Brasileira, que abordassem ações de Educação Alimentar e Nutricional para escolares brasileiros. Resultados: Incluiu-se para análise 18 artigos considerados relevantes para esta revisão. Todos os estudos propuseram intervenções, apesar dos diferentes desenhos metodológicos. Os estudos apresentaram grande diversidade também no desenho das intervenções (frequência, duração, técnicas, recursos e temáticas abordadas). A maior parte utilizou o Guia Alimentar para a População Brasileira como referencial teórico de conteúdo, mas apenas metade das publicações apontaram as premissas pedagógicas praticadas. Conclusão: Foram evidenciadas lacunas no desenvolvimento teórico-metodológico de ações de Educação Alimentar e Nutricional no ambiente escolar e a utilização limitada de ferramentas como o Guia Alimentar para a População Brasileira. Diante dos achados, foi construído um produto educacional no formato de vídeo, que visa apoiar e incentivar os profissionais na realização destas ações.

A educação alimentar e nutricional como estratégia para a prevenção da obesidade infantil

“…Com a modernização social e as facilidades tecnológicas da atualidade muitas crianças estão crescendo em ambientes que incentivam o ganho de peso. Nas últimas décadas, aumentou-se o número de crianças que são expostas diariamente a alimentos ultraprocessados, que são densos em energia e pobres em nutrientes, possuem alta palatabilidade, baixo poder sacietógeno, são baratos e estão prontamente disponíveis, o que por sua vez favorece o aumento da ingestão alimentar e, portanto, contribui para o surgimento da obesidade infantil (Padilha & Germani, 2023).…”