Ações de rastreio dos cânceres de mama e do colo do útero em uma região do Paraná

Abstract

Justificativa e objetivos: Mundialmente é significativa a mortalidade por câncer de mama e câncer do colo do útero. No Paraná estas incidências estão aumentando, crescendo a necessidade de implementação de rastreio para tratamento precoce para melhorar chances de cura. Para melhor administrar os recursos é necessário conhecer como estão sendo feitos esses exames. O objetivo do presente trabalho foi realizar análise da frequência de realização das ações de rastreio dos cânceres de mama e do colo de útero, com mamografias e colpocitologias, nos anos de 2010 a 2013 e 2006 a 2013, respectivamente, na região do “Consórcio Público Intermunicipal de Saúde do Setentrião Paranaense” (CISAMUSEP), e estimar as coberturas tanto da região do CISAMUSEP quanto do Paraná e compara-las, por faixas etárias das pacientes. Métodos: Foi um estudo transversal utilizando dados secundários do SISMAMA e do SISCOLO. Para calcular coberturas estimou-se uma porcentagem de usuárias do SUS, não alcançando coberturas recomendadas. Resultados: Como resultado foi encontrado um aumento das mamografias de 2010 a 2012 e decréscimo em 2013. Em todos os anos 70% das mulheres que realizaram mamografias tinham de 40 a 59 anos, somente no ano de 2013 realizou-se mais exames entre as mulheres de 50 a 59 anos de idade do que mulheres de 40 a 49 anos. As colpocitologias aumentam e diminuem repetidamente de ano a ano. Sendo que cerca de 80% foram feitas em mulheres com idade de 25 a 64 anos. Conclusão: Comparando-se as coberturas do CISAMUSEP com o estado do Paraná, o primeiro tem melhor desempenho com mamografias e pior desempenho com colpocitologias.

O exame colpocitológico sob a ótica da mulher

“…Stevens & Feld (2019),Silva et al (2018),Silveira et al (2016),Gomes et al (2018) eDavim et al (2005) abordaram os conhecimentos e as práticas de usuárias da atenção primária à saúde sobre o controle do câncer do colo de útero.Como método foram investigadas mulheres com idade até 69 anos. Em comum, pode-se notar nesses estudos que grande parte das mulheres, tanto as jovens como as de idade mais avançada, já ouviu falar do preventivo em algum momento da vida, além de terem conhecimento da possibilidade em se detectar o câncer uterino.…”

“…No entanto, verificou-se que poucas sabem a respeito das complicações da doença e de outros possíveis diagnósticos. Comprova-se que, mesmo detendo conhecimento sobre a doença e como se dá o diagnóstico, há a carência de informações por parte da atenção primária, além da falta de orientação sobre a dimensão de possíveis problemas e diagnósticos.Em específico,Gomes et al (2018) apresentaram a comparação da porcentagem das colpocitologias realizadas no decorrer do ano, em um período de sete anos, além da comparação com as taxas do câncer de mama. Nessa revisão, percebeuse que o número de mamografias realizadas em um ano é bem elevado quando relacionado com o exame Papanicolau, além de estar em crescente, o que não acontece com o preventivo: as taxas de realização do exame aumentam e diminuem repetidamente de mês para mês e de ano para ano.3.5 A visão da mulher em relação à técnica do preventivoA partir de revisão sistemática e síntese temática,Chorley et al (2016) avaliaram a percepção das mulheres e suas experiências em relação ao rastreamento do câncer uterino, envolvendo quatro países, com um programa organizado em comum (recall), a fim de entender e compreender os receios e barreiras que as limitam na aceitação dos resultados.…”