OBJETIVOS: Adaptar a escala URICA à avaliação dos estágios de mudança para a adesão de pacientes em tratamentos de voz; e verificar a relação destes com a idade do paciente, o tipo de disfonia, a escolaridade, a profissão e o número de sessões de fonoterapia. MÉTODOS: Estudo transversal, com amostra de conveniência, composta por 66 pacientes com disfonia, sendo 58 mulheres e oito homens, com idade entre 18 e 65 anos, atendidos em dois ambulatórios de instituições de ensino de Fonoaudiologia. Como instrumento exploratório, procedeu-se à adaptação brasileira da escala URICA para a área de voz, tendo como base situações específicas relacionadas ao comportamento vocal, denominada URICA-VOZ. O instrumento foi aplicado individualmente e as variáveis foram relacionadas. RESULTADOS: A maioria dos pacientes, 38 (57,6%), concentrou-se no estágio de contemplação, 20 (30,3%) no de pré-contemplação e apenas oito (12,1%) no de ação, ideal para a terapia fonoaudiológica. Não houve associação entre os estágios de adesão com as variáveis idade, tipo de disfonia, escolaridade e número de sessões de fonoterapia. A variável profissão apresentou associação com o estágio de ação URICA-VOZ. CONCLUSÃO: O uso da escala URICA-VOZ revelou que a maioria dos pacientes com disfonia em tratamento ainda se encontra no estágio de contemplação, o que pode restringir os resultados da terapia. Não houve relação entre as demais variáveis estudadas e os estágios de adesão do protocolo URICA-VOZ.