Buscou-se analisar os aspectos psicossociais e clínicos atrelados à hemofilia e seus impactos na qualidade de vida de pacientes hemofílicos, atendidos em um serviço especializado do município de Mossoró do Estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo exploratório e de corte transversal, realizado com 11 portadores de hemofilia submetidos a entrevistas guiadas por questionário semiestruturado, gravadas mediante autorização e transcritas na íntegra. Os dados coletados foram submetidos à análise temática de conteúdo proposta por Bardin e resultaram em três categorias: (1) Autoconhecimento das pessoas que vivem com a hemofilia, (2) Assistência Integral em Saúde aos Portadores de Hemofilia, (3) Relação entre a sociabilidade, saúde mental e desnudamento de preconceitos e estigmatizações vivenciada pelos hemofílicos. Os dados ainda permitiram uma síntese sobre dados sociodemográficos e uma análise sobre estratégias para manutenção da qualidade de vida dos hemofílicos. Conclui-se que é de fundamental o investimento nos serviços de assistência em saúde, incluindo a capacitação da equipe multiprofissional, o financiamento de pesquisa e tecnologia para avanços terapêuticos, o incentivo ao acompanhamento psicológico e a inclusão de Praticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), além da disseminação de conhecimento sobre essa disfunção hematológica na sociedade, como ferramentas para manutenção e melhoria da qualidade de vida dos portadores de hemofilia.