Este artigo discute a gênese do modo de produção de conhecimento que incide sobre os corpos, gêneros e subjetividades, sob um parâmetro filosófico, teológico, epistemológico e político, desafiando a hegemonia do discurso científico positivista e oferecendo uma abordagem ético-política que se articula com os movimentos decoloniais e as epistemologias do sul global. O presente estudo de caráter exploratório, descritivo e de natureza bibliográfica, explora horizontes de pensamentos que buscam uma produção de conhecimento descentralizada do discurso hegemônico, propondo os rascunhos de uma epistemologia queer, que valoriza os saberes subversivos e marginais na produção de conhecimento, rompendo com paradigmas lógico-positivistas, anátomo-clínicos e biomédicos. Os resultados apontam para a necessidade de uma subversão radical dos sistemas discursivos dominantes, abrindo espaço para discursos que resgatam cosmovisões ancestrais silenciados ao longo da história, defendendo a descolonização do conhecimento e a valorização da pluralidade mística e teológica, desafiando visões tradicionais e hegemônicas da divindade. A epistemologia queer representa a possibilidade de transformar o conhecimento hegemônico em um conhecimento plural e diverso, questionando as relações de poder que configuram o conhecimento, apontando para a necessidade de novas abordagens epistêmicas e modos de subjetivação, promovendo a pluralidade e o reconhecimento das vozes subterrâneas na construção do saber.