Affordances indutoras de inovação no jornalismo móvel de revistas para tablets

Abstract

Este artigo examina a inovação no jornalismo móvel a partir do conceito de affordance aplicado no estudo de revistas para tablets em três momentos definidos, entre 2010 e 2016. Criou-se uma ferramenta metodológica de análise com o objetivo de explorar os quatro conjuntos de affordances identificados: operação, coleção, compartilhamento e multimidialidade. A partir destes grupos, pontuou-se a emersão de affordances inovadoras possibilitadas pelos recursos e funcionalidades dos tablets e que também permitem interações inéditas ou renovadas na relação entre usuários e revistas. Entre elas estão: ouvir, assistir, jogar, pesquisar, armazenar. A comparação entre as revistas analisadas que mais se destacaram pela inovação também revelou uma tendência de estabilização de um formato para exploração dos recursos e funcionalidades do tablet, apesar de reconhecermos que há possibilidades ainda não exploradas pelos produtos que têm o potencial de induzir mais inovações.

Trajetórias, Objetos e Concepções: jornalismo e inovação em 20 anos de pesquisa na Compós

“…Nesse sentido, esse papel ativo do usuário como elemento de inovação está presente nos estudos de Fonseca e Barbosa (2016), que a examinam a partir do conceito de affordance, aplicado ao estudo de revistas para tablets no contexto do jornalismo móvel. Os autores acreditam que as affordances inovadoras são "possibilitadas pelos recursos e funcionalidades dos tablets e que também permitem interações inéditas ou renovadas na relação entre usuários e revistas.…”

“…Gráfico 1: Quantidade de artigos com o prefixo "inov" apresentados no GT Estudos de Jornalismo da Compós por ano. que o conceito de inovação no jornalismo é explanado, de fato, somente nos artigos de Fonseca eBarbosa (2016) e Franciscato (2018.Fonseca eBarbosa (2016) definem o conceito de inovação como:[...] um fenômeno de múltiplas dimensões [...] em um determinado contexto, a fim de renovar/criar novos produtos/serviços ou novas formas de produção e consumo(FONSECA, 2015). É preciso destacar que um conjunto de elementos deve estar articulado para o andamento do processo que depende de desenvolvimentos técnicos, legislação, além dos anunciantes, instituições de ensino, profissionais envolvidos, sindicatos, empresas intermediárias, consumidores, entre outros (FONSECA; BARBOSA, 2016, p. 2).Já para Franciscato (2018), a inovação no jornalismo não deve se restringir apenas à dimensão empresarial-industrial do jornalismo, mas englobar fluxos de inovação que surgem das comunidades sociais e abarcam as organizações.…”

“…De 2010 até 2019, por sua vez, verificamos a dedicação em refletir sobre o uso da base de dados nas narrativas jornalísticas e, mais tarde, do jornalismo guiado por dados; assim como acerca da conceituação de narrativas multimídia, do modelo narrativo de jornalismo digital, do jornalismo long form; das práticas de jornalismo participativo; do uso de site de redes sociais; das transformações das fotografias e dos processos gráficos e editoriais; da evolução do webjornalismo; de novos dispositivos que foram apropriados pelo jornalismo, como os tablets, e seus recursos que permitem maior autonomia ao usuário; e, ainda, dos conceitos teóricos do jornalismo. Há, ainda, a preocupação em definir o conceito de inovação, como vimos em Fonseca eBarbosa (2016) e Franciscato (2018.…”