A epilepsia representa uma das doenças neurológicas mais comuns, afetando cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo. Avanços recentes na pesquisa genética descobriram um grande espectro de genes implicados em várias formas de epilepsia, sua causa pode ser por inflamação, neurotrauma ou malformações cerebrais, destacando a natureza heterogênea desse distúrbio. Além disso, infelizmente, as drogas epiléticas mais antigas têm muitos efeitos colaterais, sendo o comprometimento cognitivo o principal efeito colateral que afeta a vida diária de pessoas com epilepsia. Modelos animais apropriados são essenciais para investigar os mecanismos patológicos desencadeados por mutações genéticas implicadas na epilepsia e para desenvolver terapias específicas e direcionadas. No entanto, os modelos de doenças do zebrafish (Danio rerio) são relevantes para a fisiopatologia das doenças humanas. Nos últimos anos, o zebrafish emergiu como um valioso organismo vertebrado para modelar epilepsias, com o uso de manipulação genética ou exposição a drogas epileptogênicas conhecidas, como o pentilenetetrazol (PTZ), para identificar novas terapêuticas antiepilépticas. O objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão sistemática da literatura de modo a compreender de que forma zebrafish vem sendo utilizado para o estudo da epilepsia. Para tanto, foi feita uma pesquisa da literatura nas bases de dados Medline, Lilacs, Science, Citation Index, SciELO, PUBMED, Google Acadêmico, Periódicos CAPES e BVS Bireme. As palavras-chave utilizadas foram: ‘’Suppression of the epileptic crisis’’, ‘’Animal Model’’, ‘’Zebrafish’’ nas bases de dados. Como resultados, foi possível observar 16 artigos incluídos após a síntese qualitativa, destes, 44% dos artigos analisaram determinado fármaco no tratamento da epilepsia, 30% tratavam sobre a indução de epilepsia para estudo das vias envolvidas nesta doença, 22% realizou estudos estritamente envolvidos à Síndrome de Dravet. Em conclusão, pode-se afirmar desenvolver um modelo animal para distúrbios cerebrais, particularmente epilepsia, é muito difícil devido à complexidade da doença. A maior parte da pesquisa pré-clínica da epilepsia tem se concentrado em roedores. Porém, pesquisas recentes apontam o zebrafish como um excelente alvo de análises laboratoriais, pois possui uma grande semelhança com os mamíferos e é altamente vantajoso com suas propriedades únicas, como fertilização externa, tamanho pequeno, bem como clareza ótica dos embriões. O papel central dos receptores na epilepsia demonstra a utilidade potencial dos alvos para controlar as convulsões nesses modelos animais.