Agentes fúngicos da dermatofitose em cães e gatos do município de Xanxerê, Santa Catarina

Abstract

A dermatofitose é uma das principais enfermidades tegumentares de animais de companhia, em especial cães e gatos, uma vez que seus agentes etiológicos são responsáveis por importante zoonose por vezes de difícil tratamento. A presença de fungos patogênicos na pele, associado às lesões alopécicas, de bordas delimitadas, e com prurido de discretas intensidades caracteriza a dermatofitose. Este estudo visou determinar a prevalência das espécies fúngicas envolvidas em casos de dermatofitose em animais de companhia apresentando lesões cutâneas. Foram realizados raspados cutâneos de lesões de pele de 41 (quarenta e um) cães e 7 (sete) gatos. As amostras foram remetidas ao Laboratório de Microbiologia da UNOESC -Xanxerê para eventual isolamento. Os pêlos dos animais foram submetidos ao exame direto em microscópio, para detectar a existência de possíveis alterações. Posteriormente, foi realizado o cultivo das amostras em Ágar Saboraud, contendo antibiótico. Os fungos foram identificados através da morfologia dos macroconídeos pela técnica de microcultivo. Nos cães, o exame direto indicou onze (26,8%) amostras positivas pela visualização de lesões e artroconídeos. Após o cultivo, das 41 amostras coletadas de cães, seis (14,6%) evidenciou-se crescimento de dermatófitos. Das amostras positivas, 50% (3/6) foram identificadas como Microsporum canis, 33,30% (2/6) como M. gypseum e 16,67% (1/6) como M. nanum. Nos gatos, das sete amostras submetidas ao exame direto, três (42,8%) foram consideradas positivas, contudo não foram obtidos cultivos positivos nos gatos, quando da realização do exame. A dermatofitose foi confirmada em poucos animais, mesmo quando da ocorrência de lesões bastante sugestivas.

Principais doenças infecciosas e parasitárias de importância em medicina veterinária: revisões de literatura

“…Devido a frequência com que os dermatófitos se multiplicam, esse processo irá variar de acordo com a distribuição geográfica, fatores ambientais, idade, sexo e raça, bem como com a existência de variações durante as diferentes estações climáticas (SILVA et al, 2011).…”

Casuística de micosis en pequeños animales atendidos en el Hospital Veterinario Universitario de Ceará: Estudio retrospectivo

“…Segundo Brilhante et al (2003), o percentual de animais positivos em relação ao número total de animais suspeitos de dermatofitose varia de 7% a 40% em cães e de 9% a 46% em gatos variando de acordo com a região, o que difere dos valores encontrados para os cães no presente estudo, possivelmente devido a uma predominância de atendimentos da espécie canina o que contribuiu com o aumento da sua prevalência; mas corrobora os achados para os gatos. No entanto, a ocorrência das dermatofitoses varia de acordo com o clima, temperatura, umidade relativa e níveis de precipitação pluviométrica, fatores que divergem entre as regiões geográficas, explicando possíveis contrastes entre as pesquisas (Silva et al, 2011). A faixa etária dos animais do estudo variou entre 3 meses a 14 anos, sendo para os cães a faixa etária mais prevalente com 46,2% dos animais entre 2 e 10 anos e para os gatos houve a predominância de 46,5% dos animais com até 2 anos de idade (Tabela 3).…”

Dermatofitose em cão com hipercortisolismo: Relato de caso

“…A dermatofitose em animais de companhia é uma dermatopatia causada por uma infecção fúngica superficial da pele e estruturas queratinizadas por fungos zoofílicos, geofílicos ou antropofílicos, mais comumente Microsporum canis, M. gypseum e Trichophyton mentagrophytes (Moriello, 2019;Moriello, 2004;Ruiz & Zaitz, 2001;Silva et al, 2011). Os animais mais jovens de até 12 meses são mais acometidos às infecções dermatofíticas, mas os cães da raça Yorkshire são mais predispostos a adquirirem a infecção, como, também, apresentam quadros mais graves e crônicos, necessitando muitas vezes de um tempo mais prolongado de tratamento (Larsson & Lucas, 2016;Marayuma, 2016).…”

“…Como os dermatófitos têm afinidade pela queratina, um dos sinais clínicos mais comuns é a dermatite esfoliativa com alopecia, escamas, eritema e pelos tonsurados (Albanese, 2016). Predisposição genética racial e doenças causadoras de imunossupressão podem ser fatores de risco para que uma infecção comumente de curso agudo torne-se crônica (Moriello, 2019;Moriello, 2004;Ruiz & Zaitz, 2001;Silva et al, 2011). Lesões nodulares cutâneas também podem estar associadas a infecções por dermatófitos, estando dentro da lista de diagnósticos diferenciais para este padrão lesional (Torres et al, 2021).…”