Agindo sobre a diferença: atividades de empoderamento feminino em prol da permanência de mulheres em cursos de Tecnologia da Informação

Abstract

Em seu surgimento, a computação envolveu expressiva participação feminina, dada a inserção social e profissional de mulheres em atividades ligadas à educação matemática e ao secretariado. Entretanto, à medida em que os campos de informática e tecnologia adquiriram maior valorização, a presença feminina nestas áreas diminuiu progressivamente. Esta desproporcionalidade vem sendo atribuída a estigmas de gênero e ao apagamento da contribuição de mulheres à computação, desestimulando e desmerecendo sua atuação nos referidos ramos. Nesse sentido, nos propomos a apresentar iniciativas de empoderamento e capacitação no âmbito de um projeto de extensão junto a cursos de informática, de nível médio técnico e superior, com o objetivo de combater a evasão escolar feminina.

Estratégias pedagógicas no ensino de programação para mulheres

“…Ainda é importante ressaltar que o corpo de instrutores de ambas as turmas era formado exclusivamente por mulheres. Isso reforça o estímulo à presença feminina na computação por meio da representatividade em sala de aula, uma vez que a falta de divulgação de exemplos femininos encorajadores é um dos obstáculos para a inserção das mulheres na área [Citeli 2015], "desestimulando sua identificação pessoal com as carreiras científicas" [Louzada et al 2019]. Em 2021, foi possível colher relatos de algumas ex-alunas sobre o impacto do CIProg em suas vidas:…”

“…A participação de mulheres de diferentes cursos de graduação contribuiu para "o empoderamento e inserção profissional feminina para além da informática" [Louzada et al 2019]. Contudo, apesar do impacto que as ações de incentivo como o CIProg causam, "ainda há muito trabalho a ser feito para alcançar a equidade de gênero dentro deste espaço" [Cesario et al 2017].…”

Minerv@s Digitais: encorajando e acolhendo mulheres na computação

“…A iniciativa tem como membros não somente professores de informática e alunos de graduação como ainda estudantes de nível médio e discentes de outras áreas do conhecimento, tornando-a uma frente interdisciplinar. Um total de 40 atividades foram realizadas nos últimos 4 anos, como a promoção do Ada Lovelace Day nos anos de 2017 e 2018, com rodas de conversa e "mini-palestras" sobre a participação feminina no campo científico-tecnológico e as relações entre gêneros [LOUZADA et al, 2019]. Souza et.…”

Chica bytes: Uma oficina de Introdução a Computação no Curso de Bacharelado Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Inovação

“…No projeto Meninas Digitais no Cerrado foi destacado a violência de gênero através dos esteriótipos sexistas vigentes naárea de Computação e os seus possíveis impactos na autoestima e no desempenho das estudantes. O projeto utilizou de uma ideia de contra-discurso para desnaturalizar os estereótipos normalizados [Louzada et al 2019]. Já no projeto Elas.net (CEFET-MG), desenvolveu-se três ações para integração entre professoras e alunas, sendo elas: (i) encontros de bate papo, (ii) palestras sobre o Mercado de Tecnologia da Informação (TI) e (iii) roda de conversa sobre a questão de gênero [Ferreira et al 2019].…”