O texto trata, em tom ensaístico, do mito do fim da grilagem em Goiás abordando sua origem no governo Mauro Borges (1961-1964), sua continuidade e expressão mais recente na adoção do eufemismo “loteamento irregular” para tratar de grilagem de terras, esvaziando o debate sobre a questão fundiária e facilitando a perpetuação do pacote tecnológico colonial para o campo, baseado no latifúndio e na monocultura. É proposto pensar a grilagem como conceito amplo, abarcando o roubo de todo tipo de patrimônio ambiental (terra, água, plantas, minérios etc) e como fato social total, com nuances em diversas esferas da vida em sociedade.