Introdução: O leite materno é importante para o desenvolvimento infantil, logo existe a necessidade de incentivo quanto à sua oferta. Entretanto, sabe-se que diversas dificuldades podem surgir durante o processo, tais como, pega e sucção do bebê, privação de sono e cansaço materno, e também as fissuras labiopalatinas, malformações congênitas nas quais o lábio e/ou palato não se desenvolvem de forma adequada, dificultando tanto a sucção e a deglutição, como também o ganho de peso.
Objetivo: Compreender a vivência de mães no processo de aleitamento materno de seus filhos com fissura labiopalatina.
Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo, realizado com mães de crianças com idade entre um e cinco anos incompletos atendidas em uma Associação de Apoio ao Fissurado Labiopalatal. A coleta de dados ocorreu na referida instituição, por meio de entrevistas gravadas utilizando-se de um questionário semiestruturado. Os relatos foram transcritos na íntegra e analisados de acordo com a Análise de Conteúdo proposta por Bardin. O estudo foi desenvolvido após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá.
Resultados: As principais dificuldades relatadas pelas mães durante a amamentação de seus filhos com fissura labiopalatina foram a preocupação com o ganho de peso das crianças, o posicionamento correto do bebê, o cansaço em amamentar, a percepção da dificuldade dos filhos em realizar a pega correta e a sucção efetiva de leite, e o medo de amamentar após os procedimentos cirúrgicos.
Conclusão: Considerando os achados, concluiu-se que as vivências maternas incluem tanto as dificuldades físicas ocasionadas pela fissura, como também aspectos emocionais relacionados ao ganho de peso, cansaço e medo relacionado aos procedimentos cirúrgicos. Destaca-se a importância do auxílio profissional associado à uma rede de apoio efetiva, a fim de evitar um desmame precoce e reduzir a sobrecarga materna.