Aleitamento materno na perspectiva de mães adolescentes: contribuições para atenção primária à saúde

Abstract

Objetivo: Compreender, a partir dos relatos das mães adolescentes, os sentimentos, o apoio recebido e suas dificuldades na prática do Aleitamento Materno. Método: Estudo qualitativo de abordagem interpretativa, desenvolvido através de entrevistas semiestruturadas. As participantes do estudo foram 12 mães adolescentes com filhos em idade de 2 a 12 meses. Resultados: As entrevistadas discorrem que, em meio a reações (de responsabilização, preconceito, autoestima melhorada, restrição social e vínculo mãe-bebê), receberam algum apoio na amamentação e reconhecem sua importância. Porém, relataram ainda muitas dificuldades. Isso demonstra que, na verdade, o apoio ofertado ainda é muito incipiente. Os discursos decorrem, não apenas, das dificuldades inerentes das mães adolescentes, mas também do reflexo da falta de apoio e acompanhamento adequados, principalmente dos profissionais de saúde, no processo de amamentação, destacando sua condição de mãe adolescente. Conclusão: Percebe-se a necessidade de orientação e apoio adequados dos profissionais de saúde e da família da adolescente. Portanto, é necessário um acompanhamento que deve ser iniciado no pré-natal e desenvolvido ao longo do tempo de forma contínua, dinâmica, processual e interativa, favorecendo também a autonomia e corresponsabilização dos envolvidos, principalmente dos profissionais da atenção primária à saúde no que diz respeito à adolescência e ao aleitamento materno.

Apoio social e estratégias para promoção do aleitamento materno segundo profissionais de saúde

“…Cienc Cuid Saude. 2023;22:e62149 serviços se apresenta ineficaz, com déficit de acompanhamento e de informações coesas de acordo com as necessidades, evidenciando a carência de apoio dos profissionais de saúde para a lactação (9) . Essa percepção foi identificada também em nossos depoimentos, demonstrando a necessidade de se investir na atualização profissional para mudar esse cenário.…”

“…As práticas devem promover o incentivo contínuo, desde o pré-natal, com acolhimento precoce até o puerpério, a fim de prevenir o surgimento de problemas e dificuldades. Portanto, ao ter ciência do papel que desempenham os profissionais da atenção primária no AM, estes devem protegê-lo e promovêlo, além de oferecerem as informações e orientações acerca da temática (9) , para além das questões biológicas, como a composição do LM, técnica da amamentação e proteção imunobiológica, por exemplo, para que o cenário de baixos índices de AME seja modificado.…”

Dificuldades de mães adolescentes com a amamentação no contexto brasileiro: revisão integrativa

“…As mães adolescentes são mais fáceis de serem influenciadas por pessoas amigas 11,8 , pessoas mais velhas, como as avós e companheiros [9][10][12][13]16,[20][21]25 elas aceitam opiniões e sugestões, geralmente por possuírem pouca experiência com a maternidade e mais dependência financeira 10 . Por outro lado aquelas que não tem contato com as mães 16 e aquelas sem companheiro 22,2 apresentam dificuldades pela falta de apoio destes familiares.…”

“…Na atualidade há predominância cada vez mais acentuada em relação ao equitativo de adolescentes grávidas, principalmente nos países subdesenvolvidos, onde há mais de um milhão de meninas adolescentes entre 15 e 19 anos grávidas anualmente. Já no Brasil esses valores se assemelham com adolescentes a partir dos 10 anos de idade 2 . Na maioria das vezes, as mulheres adolescentes nem sempre estão preparadas para a gestação, é importante incluir nesse aspecto os pais (homens) adolescentes, tendo em vista que essa fase é marcada por transformações que trazem responsabilidades para ambos.…”