A massa óssea de um indivíduo adulto, que está estreitamente relacionada ao risco de fraturas osteoporóticas, depende da diferença entre o pico de massa óssea alcançado no final do período de maturação sexual e esquelética, e as perdas acumuladas durante a vida. A enorme variabilidade observada no pico de massa óssea da adolescência está relacionada, principalmente, a fatores genéticos, mas também a parâmetros antropométricos, como peso e altura, hábitos dietéticas, influências hormonais diversas, atividade física, uso de medicamentos e doenças intercorrentes. A identificação dos fatores envolvidos na aquisição do pico de massa óssea na infância e adolescência e a compreensão deste longo período de maturação esquelética, permitirão a criação de estratégias para prevenção da osteoporose. (Arq Bras Endocrinol Metab 1999;43/6: 401-408) Unitermos: Pico de massa óssea; Densidade mineral óssea em crianças e adolescentes ABSTRACT Bone mass in the adult life, which is closely related to osteoporotic fracture risk, depends on the differences between the peak bone mass attained at the end of the sexual and skeletal maturation and the rate of involutional bone mass. The great variability in peak bone mass observed at adolescence is related not only to genetic factors, but also to diet, hormonal status, anthropometric variables, as weight and height, physical activity, drugs and intercurrent diseases. The identification of the factors involved with the acquisition of the peak bone mass and the comprehension of this long period of skeletal maturation will indicate strategies for prevention of osteoporosis. (Arq Bras Endocrinol Metab 1999;43/6: 401-408) Keywords: Peak bone mass; BMD in children and adolescents A INCIDÊNCIA DE FRATURAS OSTEOPORÓTICAS está estreitamente relacionada à massa óssea do indivíduo, que depende tanto da velocidade de perda durante a vida quanto da quantidade de tecido ósseo presente no final da puberdade e início da vida adulta. A enorme variância no pico de massa óssea é explicada não só por fatores hereditários, como também por sexo, raça, hábitos dietéticos, atividade física, influências hormonais diversas, composição corporal de massa magra e gordurosa, doenças intercorrentes, uso crônico de medicamentos. A compreensão do longo processo de maturação óssea que ocorre na infância e adolescência vai permitir identificar os fatores passíveis de alguma intervenção e a criação de estratégias para prevenção precoce da osteoporose. Se o ganho mineral ósseo puder ser otimizado durante a puberdade, é provável que o indivíduo adulto esteja menos susceptível a sofrer as devastadoras complicações da osteoporose.