“…Não obstante, podemos reconhecer que a penetração das ideias da Cepal nos EUA "pelo menos destruiu o otimismo ingênuo sobre desenvolvimento professado pelos teóricos da modernização estadunidense" (CHIROT e HALL, 1982, p. 93 militares e das manifestações de colonialidade epistêmica contra o conhecimento da Cepal discutidas, não deveria ser surpresa que as intervenções do estruturalismo da Cepal nas economias locais passassem a mostrar sinais de exaustão (LOVE, 2005). Dessa maneira, o corpo de críticas externas à Cepal cresce e vê-se impulsionado pela concentração em Santiago de diversos pensadores de esquerda que haviam sido expulsos de seus respectivos países após os golpes militares, o que propicia o início da discussão dos estudos da dependência sob uma perspectiva marxista (FRANK, 1966;SANTOS, 1970 (PARMAR, 2002;ALCADIPANI, 2010), ao mesmo tempo que o projeto "Camelot", engendrado no Norte para "ordenar" a produção de conhecimento em ciências sociais no Sul, é colocado em marcha (ver, para o caso chileno, NAVARRO e QUESADA, 2010). Entendemos que esse processo, que representa como funciona a lógica da colonialidade (MIGNOLO, 2011), levou ao enfraquecimento da posição da Cepal, ao mesmo tempo que os estudos da dependência viriam a ser reformulados como a teoria marxista/neomarxista da dependência, sempre seguindo uma lógica de pensamento da (e a partir da) América Latina.…”