Objetivo: Avaliar estudos que mostraram o impacto do isolamento social pela pandemia da COVID-19 nas consultas odontopediátricas.
Métodos: Estudos originais que tenham mostrado o impacto do isolamento social nas consultas de crianças e adolescentes com um(a) odontopediatra foram incluídos. Buscas no Web of Science, Scopus, Embase e PubMed foram realizadas. A seleção dos estudos foi feita por dois autores. O risco de viés foi avaliado com a escala Universidade de Adelaide. Resultados das meta-análises foram fornecidos em razão de chances (RC) e intervalo de confiança (IC).
Resultados: Setecentas e noventa e quatro referências foram avaliadas e quatro estudos foram incluídos. A proporção de consultas realizadas em 2019 (antes da pandemia) para tratamento restaurador (RC = 22,65; IC = 20,57–24,93), extração de dentes (RC = 15,96; IC = 14,78–17,23) e tratamento endodôntico (RC = 9,21; IC = 7,72–10,98) foi significativamente maior que a proporção de consultas realizadas em 2020 (após o início da pandemia). A proporção de pais/responsáveis que não levariam seus(suas) filhos(as) à uma consulta com o odontopediatra foi significativamente maior entre indivíduos com mais medo durante a pandemia (escore 6 a 10) do que entre indivíduos com menos medo durante a pandemia (escore 0 a 5) (RC = 8,41; IC = 5,06–13,98). A proporção de pais/responsáveis que não levariam seus(suas) filhos(as) à uma consulta com o odontopediatra em regiões com mais de 100 casos de COVID-19 foi significativamente maior do que em regiões com até 100 casos (RC = 2,45; IC = 1,55–3,88). A avaliação do risco de viés variou de baixo a alto. Uma limitação dessa revisão foi o número restrito de estudos incluídos.
Conclusão: O isolamento social pode ter contribuído para uma redução no número de consultas odontopediátricas devido à insegurança dos pais de levarem seus(suas) filhos(as) ao consultório odontológico. Esses resultados podem ser importantes para os clínicos e os organizadores de serviços de saúde.