RESUMO Objetivo: identificar as variáveis relacionadas às complicações pleurais em vítimas de trauma submetidas a drenagem torácica. Método: estudo observacional prospectivo entre maio/2019 e janeiro/2021, incluindo adultos submetidos a drenagem torácica após a admissão hospitalar para tratamento de lesões traumáticas. Pacientes que desenvolveram COVID19 foram excluídos. As complicações pleurais foram caracterizadas como: pneumotórax residual, hemotórax residual / coagulado e empiema pleural. Comparamos as variáveis coletadas entre os grupos de pacientes com e sem estas complicações. Os testes t de Student, Mann Whitney, Chi quadrado e Fisher foram utilizados para análise estatística. Foram considerados significativos valores de p<0,05. Resultados: analisamos 68 casos, com média etária de 36,0 + 12,6 anos, de RTS de 7,0 ± 1,6 e ISS de 15,9 ± 7,6, sendo 62 (91,2%) do sexo masculino. Trinta e quatro pacientes (50,0%) foram vítimas de ferimento por arma branca. O AIS das lesões torácicas foi classificado como 2 (4,4%), 3 (80,9%), 4 (13,2%), e 5 (1,5%). As complicações pleurais ocorreram em 14 casos (20,5%), sendo hemotórax residual / coagulado em 8 casos (11,8%), pneumotórax residual em 3 (4,4%), o empiema pleural em 2 (2,9%) e associações em 1 (1,4%). Estas complicações foram tratadas por videotoracoscopia (5 casos), toracotomia (3), redrenagem de tórax (3) e medidas clínicas apenas (3). A redrenagem de tórax (p<0,001) e o tempo de permanência do dreno (p<0,001) tiveram relação significativa com a presença de complicações pleurais. Conclusão: a redrenagem do tórax e o maior tempo de permanência do dreno foram associados às complicações pleurais.