Objetivo: Avaliar os benefícios de uma técnica alternativa de capsulotomia anterior, criada para garantir a completa implantação da lente intra-ocular no saco capsular, durante a extração extracapsular da catarata. Métodos: Cento e nove olhos foram operados por meio dessa técnica e acompanhados durante o período de 1 ano. As possibilidades da técnica foram avaliadas em relação a dois aspectos: a garantia de perfeita colocação da lente no saco capsular e a capacidade de promover eficiente fixação do implante, por meio das características apresentadas pelas porções remanescentes da cápsula anterior. O primeiro aspecto foi analisado considerando o número de casos em que as duas abas puderam ser adequadamente observadas durante a implantação. O segundo aspecto foi avaliado em função do posicionamento da lente, 1 ano após a cirurgia. Dificuldades e complicações específicas dessa técnica foram também, investigadas. Resultados: Durante a implantação, as duas abas puderam ser adequadamente identificadas em 96 (90,6%) casos. Um ano após a cirurgia, a lente se encontrava centralizada em 81,9% dos casos, discretamente descentralizada (menos de 1 mm), em 13,3% e descentralizada (mais de 1 mm) em 4,8%. Conclusões: Esses resultados, quando comparados aos apresentados em relação a outros tipos de capsulotomia, indicam que essa técnica é boa alternativa para promover a adequada implantação da lente no saco capsular, na extração extracapsular da catarata.
RESUMODescritores: Extração da catarata; Implantação de lente intra-ocular/métodos; Capsulotomia; Intercapsular; In the bag; Catarata, cápsula, cristalino; Implantação, lente, intraocular; Alterações visuais INTRODUÇÃO Implantar a lente intra-ocular perfeitamente dentro do saco capsular é algo que, nos dias de hoje, se faz de forma absolutamente natural. No entanto, nem sempre foi tão simples assim. Houve época em que terminar a cirurgia com toda a lente atrás da íris já era um grande feito. Pouco importava em que parte da câmara posterior suas alças viriam a encontrar apoio. Colocá-las no saco capsular, ou no sulco ciliar, dependia quase que exclusivamente do acaso (1)(2)(3) . Na verdade, o que mais comumente ocorria, era acabar com uma delas no interior do saco e a outra, fora dele (4)(5)(6)(7) . Não demorou a que se descobrisse que o inadequado posicionamento da lente era a causa de uma série de complicações (8)(9)(10)(11)(12)(13)(14)(15)(16)(17) e, a partir de então, passou-se a ter o cuidado de procurar colocá-la totalmente dentro do saco capsular (18) . Algo, diga-se de passagem, que não dependia apenas da determinação do cirurgião, levando-se em conta o tipo de capsulotomia anterior então usado ("abridor de latas").Variações no formato da abertura da cápsula (19) , técnicas especiais para introduzir as alças (20)(21)(22)(23)(24)(25)(26) e o surgimento da substância visco-elástica (27)(28) ,