Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de trabalhadores portuários identificando os fatores associados a esse desfecho. Métodos: Trata-se de um estudo transversal desenvolvido com 226 trabalhadores de estiva e de capatazia de um porto no sul do Brasil. A coleta ocorreu em 2014, abrangendo dados sobre qualidade de vida no trabalho (QVT), atividade física, estresse e sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho; utilizando-se, respectivamente, o Questionário de Qualidade de Vida no Trabalho, o Questionário Internacional de Atividade Física, a Job Stress Scale e o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares. Resultados: Dos trabalhadores analisados, identificou-se 73% (n=165) com nível de estresse médio ou alto, 68,2% (n=154) com sobrepeso e/ou obesidade e 50% (n=113) com sintomas osteomusculares, sendo a região lombar a mais prevalente (31,9% - n=72). Este estudo mostrou associação do desfecho QVT com as variáveis independentes: idade, renda e sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho. Encontrou-se a prevalência de 46% (n=104) para QVT desfavorável. O risco para o desfecho aumentou na presença de sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho (RP=1,37) e, diminuiu gradativamente nas maiores faixas etárias: 45-59 anos (RP=0,70) e 60 anos ou mais (RP=0,53). Conclusão: Identificou-se a necessidade de uma intervenção no ambiente laboral portuário, sobretudo no que se refere aos sintomas osteomusculares que comprometem a qualidade de vida dos trabalhadores e no estímulo à adoção de hábitos de vida mais saudáveis.