As cooperativas atuam como agentes de desenvolvimento local, priorizando benefícios para seus membros. Uma questão importante é a forma como são destinados os resultados de cada exercício, cabendo ao quadro social definir a forma de distribuição e/ou constituição de reservas. O objetivo desse trabalho foi avaliar se as estratégias de destinação dos resultados das cooperativas de crédito se relacionam com sua eficiência, que foi medida pela análise envoltória de dados. Trabalhou-se com 92 cooperativas de crédito de livre admissão, integrantes dos sistemas Sicredi e Sicoob e com sede na região sul do Brasil. Os escores de eficiência foram calculados para as cooperativas agrupadas de acordo com a prática predominante de destinação de resultados e por sistemas de afiliação. O estudo concluiu não existir uma relação entre as práticas de destinação de resultados e a eficiência das cooperativas. Também foi evidenciado que há uma tendência de aumento na constituição de reservas indivisíveis e que é importante o monitoramento das despesas administrativas e de pessoal, pois apresentaram crescimento superior às operações de crédito, à remuneração de depósitos e às sobras. Em termos de contribuições do trabalho, verifica-se que vários estudos já foram publicados sobre eficiência de instituições financeiras, mas há uma escassez de trabalhos que avaliam as estratégias de destinação de resultados. As cooperativas devem buscar o equilíbrio na destinação para reservas, importante para sustentabilidade econômico-financeira, e para a deliberação em assembleia, importante para a sustentabilidade do relacionamento com os cooperados e conformidade com os princípios cooperativistas.