Análise da prevalência da síndrome de burnout em médicos cirurgiões do estado do Amapá, Amazônia, Brasil

Abstract

A Síndrome de Burnout (SB), relatada pela primeira vez em 1970, surge como uma resposta crônica aos estressores interpessoais ocorridos na situação de trabalho. É sustentada por três pilares: Exaustão Emocional (EE), Despersonalização (DP) e reduzida Realização Profissional (RP). Ocorre geralmente em indivíduos cujas profissões carregam responsabilidades relacionais. Os médicos estão entre os mais acometidos, em especial os cirurgiões, que necessitam de constante atenção e destreza, fator que os predispõem ao estresse excessivo e a doenças psiquiátricas. O objetivo deste estudo foi analisar a prevalência da síndrome de Burnout em médicos cirurgiões do estado do Amapá, baseado no questionamento: Qual a prevalência de síndrome de Burnout em cirurgiões atuantes no estado do Amapá? A metodologia utilizada foi um estudo quantiqualitativo, com questionário situacional e o Questionário Maslach Burnout Inventory (MBI) respondido por médicos cirurgiões do estado do Amapá, entre março de 2016 e agosto de 2016. O estudo seguiu as resoluções número 466 de 2012 e número 510 de 2016, do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). Houve predominância entre cirurgiões do sexo masculino, com idade média foi de 42,76 anos, em sua maioria casados ou em união estável, que possuem mais de 10 anos de formação médica e que não fazem ou fazem até 4 plantões noturnos mensais. Estiveram presentes cirurgiões gerais, além de outras onze subespecialidades. Com relação ao questionário do MBI, cerca de 25% dos pesquisados têm alto nível de exaustão emocional, o mesmo número com alto nível de despersonalização, e pouco mais de 10% com baixa realização profissional. 2,94% possuem critérios para o diagnóstico de Síndrome de Burnout. 38,23% mostraram alteração em pelo menos uma das três esferas. As subespecialidades que obtiveram os piores resultados foram: Cirurgia Vascular, Cirurgia Oncológica, Neurocirurgia e Urologia. Desta forma, apesar desse grupo ter um índice de síndrome de Burnout maior que a população em geral, ele ainda apresenta níveis inferiores aos encontrados mundialmente.

Burnout, ethical climate and work organization in covid-19 intensive care units: mixed method study

“…It is also noteworthy that the covid-19 scenario presented variables with the power to influence this factor (physicians), such as: long work shifts, the high level of stress and workload, personal reasons, fear, insecurity and professional experience. Furthermore, health professionals (physicians, nurses and others) were surrounded by serious patients, suffering, despair, anguish, anxieties, nervousness, dilemmas and deaths, which were situations strongly intensified in the pandemic that could also interfere in the result ( 26 - 27 ) .…”

“…Finally, regarding the relationship between burnout and EC in the Physicians factor, evaluated by nursing professionals as negative, the eventual occurrence of conflicts between professionals in the medical and nursing areas emerges as a reflection of several factors involving the formation of the multidisciplinary health team and organizational structure issues. From this study, it became clear that nursing workers still consider their professional relationship with physicians as distant, even in this pandemic scenario, where medical decisions of patients could not be taken in isolation, as in many other places, given the peculiarities and variables involved in this context (26)(27) .…”

Burnout, clima ético e organização do trabalho em unidade de terapia intensiva covid-19: estudo misto

“…Por fim, sobre a relação entre o burnout e CE no fator Médicos, avaliada pelos profissionais de enfermagem como negativa, a eventual ocorrência de conflitos entre os profissionais da área médica e da enfermagem surge como reflexo de vários fatores, envolvendo a formação da equipe multiprofissional de saúde e questões de estrutura organizacional. Percebe-se através deste estudo, que os trabalhadores de enfermagem ainda consideram distante a sua relação profissional com os médicos, mesmo nesse cenário de pandemia, onde as decisões médicas dos pacientes não poderiam ser tomadas isoladamente, como em muitos outros locais, haja vista as peculiaridades e variáveis envolvidas nesse contexto (26)(27) .…”

“…Vale destacar ainda que no cenário da covid-19 havia variáveis com poder de influenciar nesse fator (Médicos), como por exemplo: turnos longos de trabalho, o alto nível de estresse e carga laboral, motivos pessoais, o medo, a insegurança e a experiência profissional. Ademais, os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e outros) foram cercados por doentes graves, sofrimentos, desesperos, angústias, ansiedades, nervosismo, dilemas e mortes; situações que se intensificaram muito na pandemia, capazes também de intervir no resultado (26)(27) .…”