Esta pesquisa buscou investigar a influência do comprometimento organizacional nas atitudes retaliatórias em uma organização pública de Minas Gerais. Optou-se por realizar uma pesquisa de natureza quantitativa e descritiva, pautada no método survey interseccional, valendo-se, para coleta de dados, de um questionário que contemplou as escalas EBACO, de Medeiros, Albuquerque, Marques e Siqueira (2005), e MARO, de Mendonça e Tamayo (2003). O tratamento estatístico dos dados envolveu técnicas de modelagem de equações estruturais utilizando o método PLS (Partial Least Square). Os resultados alcançados revelam a existência de uma relação negativa e significativa entre os constructos “comprometimento organizacional” e “atitudes retaliatórias”, de modo que, quanto maior o comprometimento, menor será a retaliação e vice-versa. Estima-se que pessoas mais comprometidas tendam a ter um vínculo psicológico maior com a instituição, de modo a estabilizar possíveis reações negativas, como os comportamentos retaliatórios. Entretanto os indivíduos, no setor público, provavelmente tenham mais coragem de retaliar, principalmente apoiados na estabilidade profissional. Assim, assumem uma postura de espelho em relação ao comportamento negativo emitido pela organização ou por quem dela faça parte. Evidencia-se a influência do comprometimento nas atitudes retaliatórias ainda não indicada na literatura. Com a descoberta da relação entre comprometimento e retaliação, este estudo apresenta implicações na vida dos gestores, que passam a perceber que, com as revoluções no mundo do trabalho, a lealdade do funcionário tem-se estabelecido consigo mesmo e com a própria carreira, em detrimento da lealdade para com a organização.