Donabedian (1980). A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista e observação sistematizada em domicílios com pacientes e cuidadores e por meio de consulta aos prontuários de saúde. Foram utilizados os programas Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20 e Epi info versão 3.5.1 do Centers for Disease Control and Prevention-CDC e para a análise testes paramétricos e não paramétricos. Em relação ao componente estrutura o espaço predominante para a realização da diálise peritoneal foi o quarto (98,9%). Havia rachaduras nas paredes em 15,5% e infiltrações em 11,1% dos domicílios. A água era tratada em 87,7% das casas e com rede de esgotamento sanitário em 76,6%. Em 76,6% das residências constatou-se a existência de pia para higienização das mãos localizada no quarto. Quanto aos pacientes 41,1% estavam na faixa etária entre 60 a 79 anos, 56,7% do sexo masculino, baixa escolaridade 40,0% e renda per capta menor que um salário mínimo para 64,5%. As comorbidades mais prevalentes foram a hipertensão arterial e o diabetes mellitus. Quanto ao componente processo, faltas as consultas médicas foram de 38,9%. 51,1% pacientes realizavam DPA e 53,3% utilizavam o cateter Tenckhoff cuff duplo. Constatou-se a falta de registro nos prontuários da troca do equipo obedecendo ao prazo de validade para 43,3% dos pacientes. A solução dialítica em 26,7% das casas estava armazenada diretamente sobre o piso. 11,1% dos pacientes não tinham registro do dialisato efluente após o procedimento dialítico. Quanto ao componente resultado constatou-se que 42,1% apresentaram um ou mais episódios de peritonite. Pacientes com dois anos ou mais de tratamento apresentaram maior chance de peritonite (p = 0,01). A mediana de tempo da terapia foi de 23 meses. Houve associação entre ocorrência de peritonite e as variáveis integridade das paredes (p<0,026), troca do equipo fora da validade (p<0,049) e número de faltas nas consultas médicas, (p= 0,01). Quanto à infecção no orifício de saída do cateter peritoneal (IOS), 62,2% pacientes tiveram um ou mais episódios. Houve associação entre IOS e renda familiar (p< 0,019), não capacitação do cuidador ou paciente (p<0,028) e tempo de tratamento (p=0,015). 16,7% dos pacientes apresentaram como complicações mecânicas a drenagem inadequada. 88,9% dos pacientes referiram estar satisfeitos com a diálise peritoneal no domicílio. Os componentes relacionados à estrutura, processo e resultado mostraram que pacientes e cuidadores estão expostos a riscos que podem agravar o estado de saúde. Ressalta-se a importância da visita domiciliar e a educação permanente, como também o estabelecimento de parcerias com os profissionais da Estratégia de Saúde da Família sob a supervisão do enfermeiro da Clínica de Diálise, a fim de desenvolver ações de cuidado seguro para a prevenção de complicações no paciente em diálise peritoneal domiciliar.Descritores: Diálise Peritoneal; Avaliação em Saúde; Assistência Domiciliar; Cuidados de Enfermagem; Educação em Saúde.
ABSTRACTThis is a quantitative, descriptive and c...