Um conjunto de sentimentos e expectativas permeiam as vivências acadêmicas e, ao final da graduação, espera-se que os concluintes consigam atuar na sua área de formação. Contudo, tem-se observado que uma parcela dos universitários não manifesta esta intenção. Cientes desta realidade e buscando explorar o tema, esta pesquisa buscou descrever a trajetória, os projetos de carreira e as expectativas de sucesso de concluintes do ensino superior que autodeclaram não pretender atuar na área de formação. Para a construção do corpus da pesquisa foi conduzido um grupo focal com a participação de quatro universitários concluintes, de diferentes cursos, de ambos os sexos que declararam não querer atuar na área de formação depois da graduação. O corpus foi analisado com base na análise do discurso com foco na identificação de repertórios interpretativos. As análises permitiram identificar similaridades nas trajetórias dos participantes, que estiveram marcadas pelas dificuldades na tomada de decisão desde a escolha inicial do curso superior até o momento presente da transição universidade-trabalho. Quanto aos projetos, os participantes, apesar de não pretenderem atuar na área, ainda não tem clareza do que irão fazer após a graduação. Por sua vez, tais características demarcaram as expectativas de sucesso na carreira que enfatizaram tanto aspectos objetivos quanto subjetivos, dando ênfase ao retorno financeiro e a satisfação pessoal. Os resultados sugerem a importância dos serviços de orientação profissional e de carreira como práticas que colaboram tanto nos processos da escolha profissional quanto no auxílio para o planejamento de carreira e inserção no mercado de trabalho.