Objetivo: Analisar o perfil da morbimortalidade da febre tifoide e paratifoide e sua relação com os serviços de saneamento básico no Brasil, no período de 2010 a 2021. Métodos: Estudo observacional da taxa de incidência e internações por febre tifoide e paratifoide, e características socioeconômicas, saneamento e saúde no Brasil. Resultados: Foi observado diminuição da incidência e internação no período analisado, entretanto, a prevalência e maiores taxas no Norte (4,7/100mil e 7,4/100mil) e Nordeste (0,4/100mil e 4,7/100mil) - Amapá, Pará, Amazonas e Maranhão. Aos aspectos socioeconômico, houve baixa escolaridade no país (1-10 anos), renda (R$580-R$1.026) e desenvolvimento humano (0,631-0,690) no Norte e Nordeste; à saúde, baixa cobertura de visita domiciliar (33,7%-42,3%) e saneamento básico incipiente em todos os estados, especialmente, no quesito a esgotamento sanitário e, a isso, houve investimento mínimo por m² e maiores gastos com internações, especialmente, no Sudeste e Nordeste. Ao perfil dos acometidos, maior frequência em homens e faixa etária de 15-39 anos. Conclusão: Infere-se o cenário de vulnerabilidade dos brasileiros à febre tifoide e paratifoide, especialmente, devido a precariedade e menor investimento em saneamento básico e, consequentemente, a manutenção das taxas de incidência e internações.