Neste artigo, analisa-se a posição social dos agricultores de assentamentos rurais na estrutura de poderes econômicos da sociedade brasileira e as perspectivas de geração de renda em um contexto de mercados oligopolizados. Argumenta-se que, enquanto proprietários de pequenos patrimônios produtivos, estão condicionados a um espaço social de integração que tende a determinar uma reprodução simples das condições de trabalho dos integrantes da família. Esse contexto indica algumas opções para o lançamento de alternativas de geração de renda, restringidas às características onde os assentamentos se localizam e às propriedades socioculturais incorporadas diferentemente pelos assentados durante suas trajetórias sociais. As situações analisadas procuraram identificar não só as relações de poder, mas também suas materializações nos sistemas simbólicos resultantes da histórica e estrutural desigualdade da sociedade brasileira. A incorporação de estruturas objetivas e subjetivas pelos agricultores-assentados, expressada nos assentamentos, constitui margem para acessar e construir diferentemente os mercados.