O presente estudo teve como objetivo compreender os significados atribuídos à comunicação de más notícias por psicólogos hospitalares. Trata-se de um estudo clínico-qualitativo, do qual participaram 17 psicólogos hospitalares que atuavam em setores de urgência e emergência em hospitais-gerais públicos brasileiros. Os instrumentos utilizados foram uma entrevista semidirigida e, especificamente para a obtenção de um perfil profissional dos participantes, um questionário de autopreenchimento. O corpus foi submetido à análise de conteúdo. Foram configuradas duas categorias, intituladas “O equilibrista de pratos” e “Cá entre nós”. A primeira categoria agrega relatos representativos dos significados atribuídos pelos participantes às dificuldades que, para os mesmos, caracterizam as situações de comunicação de más notícias. A segunda categoria abarca o ponto de vista dos participantes quanto ao papel que compete aos psicólogos hospitalares no equacionamento das expectativas e das necessidades de cada um dos envolvidos na comunicação de más notícias. Em síntese, os resultados obtidos indicam que, de acordo com os participantes, os profissionais de saúde se posicionam de diferentes maneiras – predominantemente sugerindo antagonismo, ao invés de complementaridade – frente às más notícias, sendo que caberia especificamente aos psicólogos hospitalares acolher as demandas emocionais de pacientes e familiares, sobretudo aquelas que se verificam após a ação comunicacional.