IntroDuçãoDiversas publicações dos últimos anos vêm demonstrando a importância das alterações endocrinológicas do paciente em terapia intensiva. As mesmas, além de muito frequentes, podem ser responsáveis por desfechos desfavoráveis às crianças doentes. não só pela frequência com a qual acomete os pacientes mas também pela hipótese cada vez mais considerada de haver relação estreita entre as mesmas e desfechos desfavoráveis aos doentes. A hiperglicemia está entre os mais importantes distúrbios e na população pediátrica, alvo desta revisão, estudos demonstram que tal alteração endocrinológica é altamente prevalente em crianças internadas em terapia intensiva.As taxas de incidência são variáveis e altas, tanto para picos isolados quanto para hiperglicemia persistente durante a internação, podendo atingir até 90% de acordo com os estudos analisados quando o corte para hiperglicemia estabelecido é de 110 mg/dL 1,2 . Situações críticas de estresse orgânico, como ocorre nos pacientes internados em terapia intensiva, estão correlacionadas com a ativação do eixo hipotálamo-hipofisário e, assim, diretamente ligada à secreção de cortisol pelas glândulas adrenais. Tal mecanismo é fundamental para a manutenção da homeostase e da resposta orgânica ao estresse, e vem acompanhado pela secreção conjunta dos chamados hormônios contra-reguladores da insulina -adrenalina e noradrenalina, cortisol e hormônio do crescimento.
ConClusão.A partir da análise dos estudos listados concluímos que há evidências de que a hiperglicemia, tanto isolada como persistente durante internação em UTIP, aumenta a morbimortalidade em crianças gravemente doentes, bem como seu tempo de internação hospitalar; entretanto, tais estudos apresentam problemas metodológicos como ausência de protocolos específicos de coleta glicêmica, desenho (maioria coortes retrospectivos) e falta da caracterização isolada da hiperglicemia como preditor de morbimortalidade, sendo necessários, portanto, novos estudos prospectivos.