Danusa Munford BrasilO uso evidências em aulas de ciências vem se consolidando como uma prática importante a ser desenvolvida desde o início do processo de escolarização. No presente estudo, investigamos como uma turma do 3° ano do Ensino Fundamental construiu discursivamente a prática de uso de evidências. Baseamo-nos na perspectiva da etnografia em educação, utilizando ferramentas teórico-metodológicas da Microetnografia e Etnografia Interacional. Caracterizamos "modos de fazer" relacionados ao uso de evidências com base no uso de recursos discursivos: palavras/expressões que foram enfatizadas pelos participantes ao longo de interações face a face, através de pistas contextuais da fala, como alterações na entonação/volume e momentos de pausa. Indicamos como esses modos de fazer se transformaram ao longo do tempo e como os participantes negociaram um modelo compartilhado na construção de respostas usando evidências. Discutimos também implicações metodológicas para a pesquisa em argumentação na área Educação em Ciências e para prática pedagógica.Palavras-chave: Uso de Evidências; Anos Iniciais do Ensino Fundamental; Etnografia em Educação, Argumentação, Ensino e aprendizagem de Ciências.The use of evidence in science lessons has been considered an important practice to be developed in science education. In this study, we investigate how 3 rd graders constructed discursively the practice of using evidence. The theoretical and methodological framework of the study was grounded in Microethnography and Interactional Etnography. We characterize "ways of doing" related to evidence use based on the use of discursive resources: words/expressions that were emphasized by the participants in face-to-face interactions, through contextual cues of speech, such as intonation/volume shifts and pausing moments. We indicate how these ways of doing have changed over time and