Resumo: Este ensaio discute a importância de se revisarem as leituras dos textos da Antiguidade, a partir de ganhos teóricos da atualidade. A autora parte da análise do espaço cênico de Lisístrata de Aristófanes para demonstrar que a greve de sexo tem função conservadora em tal comédia, mas que as abordagens teóricas modernas, principalmente os estudos críticos que observam os grupos subalternos como constituintes da história, permitem observar que os papéis sociais das mulheres na Antiguidade são maiores e mais importantes do que se quer fazer pensar. A partir disso, observa-se que as recepções fílmicas A fonte das mulheres e Chi-raq exploram aspectos que já aparecem em Lisístrata, expandem a discussão para o contexto moderno e, ao mesmo tempo, lançam luz ao texto do passado.