Nas últimas décadas, a exploração exponencial dos recursos hídricos e terrestres tem preocupado populações em todo o mundo devido a liberação de poluentes no ambiente. Seres humanos são expostos diariamente a misturas de metais tóxicos como arsênio e níquel, conhecidos pelos prejuízos à saúde humana e animal. Sendo que uma das vias no organismo é o intestino delgado no que diz respeito a contaminação de alimentos e água. Sabe-se que metais pesados podem causar danos ao intestino delgado e interferir na sua microbiota intestinal. Poucos estudos, porém, reportam danos ao intestino quando da exposição a mistura de metais. Portanto, o objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos da coexposição de níquel e arsênio no trato intestinal de ratos Wistar. Ratos adultos foram distribuídos em cinco grupos experimentais (n = 10/ grupo): controle (sem ingestão de metais), 1 mg L-1 arsênio (As), 7 mg L-1 níquel (Ni), coexposição com 1 mg L-1 As + 7 mg L-1 Ni (AsNi [+]) e coexposição com 0,01 mg L-1 As + 0,07 mg L-1 Ni (AsNi [-]). Os animais tiveram acesso às soluções (arsenito de sódio e cloreto de níquel) por meio da água de beber ad libitum por 70 dias, sendo eutanasiados 24 h após a último dia de exposição. O intestino foi dissecado e dividido em duodeno, jejuno e íleo para realização de análises histológicas e oxidativas. Os dados foram submetidos aos testes ANOVA e Tukey (p = 0,05). Os resultados mostraram que ratos dos grupos AsNi [-] e AsNi [+] apresentaram maior diâmetro de vilosidades e lâmina própria em todas as regiões intestinais. As alterações histológicas observadas incluíram infiltrado inflamatório, congestão, fusão de vilosidades e descamação celular. Ratos desses dois grupos apresentaram aumento na área das mucinas acidas em todas as regiões. A atividade de catalase foi maior em ratos que ingeriram a maior concentração de níquel e arsênio. Já a atividade de glutationa s transferase foi menor em todos os animais expostos aos dois metais, juntos ou isolados. Não foram observadas alterações na biometria corporal. Pode-se concluir que, a coexposição em um período subcrônico causou alterações histológicas e oxidativas nas regiões intestinais estudadas, mas sem aparente comprometimento na sua funcionalidade. Palavras-chave: Trato digestivo. Metais pesados. Toxicidade. Estresse oxidativo. Histopatologias.