As cidades e as oligarquias do antiurbanismo da elite política da Primeira República brasileira

Lessa, Renato

doi:10.11606/issn.2316-9036.v0i59p86-95

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“…Porém, os dados demográficos indicam que, no decorrer do primeiro período republicano, houve um aumento da população rural: em 1920, 70% dos brasileiros viviam no campo (Lessa, 2003). Ou seja, a densidade demográfica do país era incompatível com o investimento privilegiado nos grupos escolares.…”

Section: Introductionunclassified

O projeto republicano de instrução e as escolas isoladas urbanas: entre a transitoriedade e a permanência (Belo Horizonte 1906-1927)

Gouvêa

Afonso

Figueiredo³

et al. 2016

RBHE

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Resumo:No artigo, busca-se resgatar a presença de escolas isoladas na cidade de Belo Horizonte, no período entre 1906 (ano da Reforma João Pinheiro, que instituiu os grupos escolares no estado mineiro) e 1927 (ano da reforma Francisco Campos, que implementou a pedagogia escolanovis ta). Adotado como fontes a legislação educacional, os relatórios de inspetores, as correspondências entre as escolas e a Secretaria do Interior, bem como a rica historiografia da educação mineira do período, temse em vista compreender o papel das escolas multisseriadas na educação primária na capital, após a implementação da escola graduada. Verifica-se que, se o propósito da reforma de 1906 era a gradual extinção das escolas isoladas, estas permaneceram numericamente significativas, predominando nos locais com menor densidade demográfica do estado (pequenos núcleos urbanos e espaços rurais). No caso de Belo Horizonte, inseridas em uma cidade que se projetava como vitrine do ideário republicano, tais escolas funcionavam, em termos de espaço físico, material didático, condição docente e investimento na frequência escolar, em condições que, mesmo inferiores às dos grupos escolares, eram superiores às do interior do estado. Observa-se, nas políticas educacionais do período, tanto a precarização do funcionamento dessas escolas quanto o investimento em sua qualificação, caso em que elas se configuravam como um mal necessário diante das dificuldades de extensão da escola graduada a toda população infantil.Palavras-chave: escola isolada, urbano, instrução, República, Minas Gerais O projeto republicano de instrução e as escolas isoladas urbanas: entre a transitoriedade e a permanência (Belo Horizonte 1906-1927 Rev. bras. hist. educ., Maringá-PR, v. 16, n. 2 (41), p. 311-340, abril/junho 2016 Abstract: The purpose of this paper is to show the urban isolated schools in the city of Belo Horizonte -Minas Gerais State, from 1906 (when the isolated schools where implemented by the regional government) and 1927 (year of the introduction of progressive pedagogy on the state). Using sources as educational laws, bureaucratic reports and official letters between the government and the schools, as well the substantive historiographical production about Minas Gerais schooling, the aim is to understand the significance of the isolated schools on city schooling after the creation of the graduated ones. If in rural areas isolated schools prevailed, in urban spaces and especially in major cities, one can see that the conditions were better regarding infrastructure, teachers and students conditions. Despite it, graduated schools were considered the ideal model, receiving more investments. In one hand the State projected the end of this kind of school, with the growth of graduated ones. On the other hand the investments were not sufficient to implement that. In conclusion, even precarious, not graduated schools were preserved in order to provide schooling to great number of children.

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Section: Introductionunclassified

O projeto republicano de instrução e as escolas isoladas urbanas: entre a transitoriedade e a permanência (Belo Horizonte 1906-1927)

Gouvêa

Afonso

Figueiredo³

et al. 2016

RBHE

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“…A Constituição de 1891 do Brasil inaugura uma série de mudanças institucionais que tiveram influência importante para a estrutura política e econômica posterior do país. A Primeira República brasileira teve entre suas principais alterações institucionais o incremento da descentralização do poder político (Santos, 2013), o fim da exigência de renda para o voto (Carvalho, 2008), a reorganização da estrutura fiscal com vistas a um aumento da capacidade de arrecadação dos estados federados (Costa, 1994), além de novas atribuições de caráter administrativo atribuídas aos governos estaduais para a provisão de serviços públicos (Lessa, 1988;Hochman, 1998). Tais mudanças, apesar de não indicarem de início exatamente o tipo de dinâmica que o sistema federalista iria ter na prática (Arretche, 2005), aumentaram significativamente a importância dos governos formados dentro dos estados, principalmente pelo incremento orçamentário advindo das novas fontes de receita garantidas com a nova Constituição.…”

Section: Introductionunclassified

Escravidão, raça e coronelismo: municípios e finanças públicas em São Paulo da Primeira República

Nóbrega¹

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AgradecimentosA ideia inicial desse estudo nasceu durante um seminário em que analisei o livro Capitalism and Slavery de Eric Williams durante um curso do professor Mark Sawyer. Desde então, e por vias tortuosas, finalizo esse estudo com inúmeros débitos, conselhos que procurei integrar ao trabalho e muita ajuda. Em primeiro lugar, na USP, não teria conseguido sem o apoio do meu orientador Paolo Ricci. Sua paciência e apoio me ajudaram a lidar com meus problemas de atenção e organização do tempo, e no final, foram o que me permitiram finalizar essa tese. Também na USP recebi comentários importantes em diferentes etapas desse estudo. Agradeço em particular a Fernando Limongi, Lorena Barberia, Jonathan Phillips, Bruno Speck e Renato Perim Colistete e aos colegas do DCP. Dentro do departamento tive o prazer de ajudar durante o início da organização do grupo de estudos e agora coletiva GIRA (Grupo interdisciplinar de Raça e Política), onde recebi inúmeros incentivos para a realização desse trabalho. Agradeço em particular às colegas Nathalia Carneiro, Léa Tosold e Barbara Soares. Foi através da GIRA que pude compartilhar com Denise Ferreira da Silva os argumentos da tese e receber alguns conselhos valiosos.Agradeço muito a ajuda de diversos alunos do curso de Ciências Sociais da USP que me ajudaram a coletar e organizar o banco de dados mais completo sobre as finanças públicas históricas dos municípios paulistas. Um agradecimento especial a Camila Pivante, que ajudou em todas as etapas durante o período de coleta de dados, mas também participaram Ana Beatriz

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Primary Education and the Construction of Citizenship in Brazil, 1870–1930: Progress and Tensions

Gouvêa¹,

Schueller²

2012

Mass Education and the Limits of State Building, c.1870–1930

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As cidades e as oligarquias do antiurbanismo da elite política da Primeira República brasileira

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O projeto republicano de instrução e as escolas isoladas urbanas: entre a transitoriedade e a permanência (Belo Horizonte 1906-1927)

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Escravidão, raça e coronelismo: municípios e finanças públicas em São Paulo da Primeira República

Primary Education and the Construction of Citizenship in Brazil, 1870–1930: Progress and Tensions

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