As ferramentas de trabalho com famílias utilizadas pelas equipes de saúde da família de Curitiba, PR

Abstract

ResumoEste estudo de revisão de literatura teve por objetivo apresentar as ferramentas de trabalho utilizadas com famílias pelas equipes de saúde da família da cidade de Curitiba, Paraná, Brasil. Inicialmente, conceitua-se o trabalho com famílias, cujo propósito central está fundamentado na compreensão de sujeitos integrados ao seu contexto e dinâmica familiar, sendo possível observar o convívio e a interação entre os membros da família. Dessa forma, para além do cuidado coletivo, mesmo a atenção clínica individual pode ser estruturada em bases mais amplas, com maior resolutividade nas intervenções sobre o processo saúde-doença-cuidado. Na sequência, foram caracterizados os objetivos e as finalidades de uso das ferramentas por equipes multiprofissionais do município, tais como o Genograma ou heredograma familiar, o Ciclo de vida das famílias, o modelo F.I.R.O. e o modelo P.R.A.C.T.I.C.E. Concluiu-se que, em Curitiba, o uso das ferramentas é essencial como dispositivo no âmbito das tecnologias leves para o trabalho de cuidado em saúde das equipes de saúde. Favorece a aproximação dos trabalhadores da saúde aos problemas das pessoas na comunidade, possibilitando a coleta de evidências narrativas e a elaboração de estratégias robustas de manejo de ações e serviços em saúde. Palavras-chave: Atenção à saúde; Saúde da família; Programa Saúde da Família.

Ferramentas de avaliação familiar na atenção primária

“…Isso acontece porque a família utiliza soluções inadequadas para as suas dificuldades e porque reage às soluções propostas que podem ser diferentes da homeostase que conhece, garantindo a permanência dos problemas. A doença física ou mental pode surgir para manter a homeostase do sistema, embora ela denuncie a ocorrência de uma fragilidade ou dificuldade (DITTERICH et al, 2009; MERHY e ONOKO, 2007; OTTO e RIBEIRO, 2012; SANTOS et al, 2011;). (9,11,13,14) .…”

Utilização da classificação de risco na avaliação da equidade na utilização dos serviços de uma Unidade de Saúde da Família

“…Entre outras coisas, pode-se destacar as questões, também relatadas por diferentes autores, relacionadas à gestão da saúde local [23], à formação profissional [10], ao tipo de planejamento da atenção ofertada pela USF [7,8], à falta de estabilidade profissional na Equipe [1,24,25], ao excesso populacional vinculado à USF [1,23,26], ao mau uso da informação no trabalho em saúde [6], e ao tipo de demanda priorizada pela equipe [25,27,28].…”

Sentidos de família construídos por profissionais de saúde na estratégia de saúde da família

“…Na prática cotidiana dos profissionais, muitas vezes, o cadastramento e as atualizações dos prontuários são feitos de modo fragmentado nos membros da família, entretanto esses prontuários deveriam ser "prontuários de família". Além disso, após o cadastramento, em muitas equipes de saúde, não são desenvolvidos o diagnóstico da área (N.C. Para contribuir com a compreensão da complexidade das famílias, alguns estudos trazem como possibilidade o uso de instrumentos baseados na perspectiva sistêmica de família e da avaliação em terapia familiar (Ditterich, Gabardo, & Moysés, 2009;Galera & Luis, 2002;Guanaes & Mattos, 2011;Rebelo, 2007). O estudo específico de Ditterich et al, Segundo os autores, os instrumentos de avaliação familiar, além de possibilitarem um maior entendimento da dinâmica e do ciclo de vida familiar, contribui para o estabelecimento de vínculo entre a equipe de saúde e as famílias.…”

“…O estudo específico de Ditterich et al, Segundo os autores, os instrumentos de avaliação familiar, além de possibilitarem um maior entendimento da dinâmica e do ciclo de vida familiar, contribui para o estabelecimento de vínculo entre a equipe de saúde e as famílias. Uma lógica, que pareceu proeminente no texto, ressalta como estes instrumentos podem ter função preditiva de problemas de saúde na família, como padrões relacionais e de momentos do ciclo de vida familiar (Ditterich, et al, 2009). …”

“…Ainda, a partir do F.I.R.O., tem sido possível compreender como alguns comportamentos que levam a transtornos de obesidade ou ao uso de tabaco, podem estar relacionados a modos de se incluir na família. Além disso, o uso dos instrumentos tem possibilitado aos profissionais relacionaram como problemas que acontecem em determinados momentos do ciclo vital familiar, como o adoecimento de um membro da família, leva a uma série de reposicionamentos de papéis entre os membros (Ditterich et al, 2009).…”