ResumoEste estudo aborda diversos aspectos presentes na literatura e que moldam o pensamento presente no imaginário dos brasileiros sobre a identidade, história e fi losofi a do Karate-Dō 1 . O objetivo deste estudo é produzir uma meta análise da literatura circulante sobre a inserção e o desenvolvimento do Karate no Brasil, abordando seus diferentes estilos. Justifi ca-se este estudo pelo fato de considerarmos que foi difundida no Brasil uma versão distorcida sobre a história do Karate por meio da mídia, pela tradição oral e pelo preconceito entre os praticantes de diferentes estilos. As refl exões aqui apresentadas buscam contribuir com informações para a construção de outra versão sobre esta prática em nosso país.UNITERMOS: Karate; História, Esporte.Este estudo aborda diversos aspectos presentes na literatura e que moldam o pensamento presente no imaginário dos brasileiros sobre a identidade, história e fi losofi a do Karate-Dō. Esta pesquisa se origina de uma profunda preocupação em relação aos equívocos presentes em sites da internet, manuais de associações, revistas e, com maior gravidade, em artigos, dissertações e teses acadêmicas acerca dos aspectos teóricos que envolvem esta disciplina oriental. Estes últimos trabalhos, que deveriam ser a vanguarda do conhecimento histórico e técnico se apresentam como combustível para a fornalha dos tropeços acerca do Caminho das Mãos Vazias.O objetivo deste estudo é produzir uma meta análise da literatura circulante sobre a inserção e o desenvolvimento do Karate no Brasil, abordando seus diferentes estilos. A perspectiva teórica adotada para tal foi a Histó-ria Cultural (BURKE, 2008; PESAVENTO, 2008), pois nos permite uma leitura complexa, abordando as nuances da transmissão e transformação histórica da prática do Karate. Pretende-se, assim, por meio de categorias como práticas e representações, questionar a história do Karate no Brasil popularmente difundida, distinguindo o que se transmitiu através do seu imaginário próprio daquilo que são condições factuais para seu desenvolvimento.Para a construção deste texto foram consultados livros escritos pelos mestres orientais, livros de professores brasileiros, artigos de revistas e jornais sobre o Karate no Brasil, dissertações e teses acadêmicas, além de documentários em DVDs ligados ao tema da pesquisa e obras sobre a história, fi losofi a e psicologia oriental, para aproximarmo-nos do objeto de estudo. Optou-se também por utilizar os sistemas de romanização Hepburn (He-bon Shiki Rōmaji) e Hànyǔ Pīnyīn dos termos nos idiomas: japonês (Nihongo), oquinauense (Uchināguchi) e chinês. Tal procedimento assegura o uso dos termos corretamente, possibilitando a análise etimológica dos ideogramas (Kanji e Kana) e a manutenção da representação gráfi ca da pronúncia original dos vocábulos (GOULART, 2009).É fato que a maioria dos praticantes e professores não questiona os textos da obra de mestres como Gichin Funakoshi e Masatoshi Nakayama, considerados o pai do Karate moderno e o principal difusor mundial do Karate esportivo, resp...