O objetivo deste artigo é desenvolver uma análise do romance As alegrias da maternidade (2018) [The Joys of Motherhood, originalmente publicado em 1979], da escritora nigeriana Buchi Emecheta. Ancestralidade, casamento e maternidade são temas analisados a partir da perspectiva da crítica feminista, tomando por base os fluxos de consciência da narradora protagonista Nnu Ego. Buchi Emecheta problematiza com essa narrativa as instituições masculinas que oprimem as mulheres nigerianas de etnia igbo. O registro das práticas ancestrais nessa narrativa rememora o lugar de opressão da mulher na Nigéria; o casamento se configura como uma instituição de interesses no qual a mulher é sempre a moeda de troca; e a maternidade é posta como um critério de sobrevivência perante as sociedades tradicionais. Para fundamentar nossas análises sobre ancestralidade, casamento e maternidade, anconramo-nos nos posicionamentos de Chimamanda Adichie (2015), de Oyèronké Oyewúmì (2021), Buchi Emecheta (2018), entre outros.