“…O seringueiro, grupo que referencia de maneira privilegiada a nossa análise neste estudo, constitui uma categoria camponesa amazônica discutida no âmbito da academia, como o fazem Jean Hebett (2005), Octávio Ianni (1978), Simione da Silva (2004), Masulo da Cruz (2007) Aí, a negociação com o poder público ocorrera pela via institucional, sendo estas organizações diretamente compostas pelos que moram nas áreas rurais; e 3º) através do ambientalismo -em parte representado pelas ONGs, mas sobretudo, pela massificação desta temática nacional e internacionalmente, portanto através da difusão de uma vertente puramente mercadológica, do consumo "sustentável" e pela midiatização em torno das mudanças climáticas e da suposta necessidade da preservação das florestas tropicais, no Brasil, da Amazônia em especial, com suas populações "exóticas"; Apesar de determo-nos no caso dos seringueiros, guardadas as devidas peculiaridades, podemos ampliar estas características do comportamento adotado na articulação com os organismos envolvidos na geração e implementação de políticas públicas, aos demais grupos sociais organizados em torno de sua identidade de população tradicional da Amazônia. O resultado desta dinâmica implica, em primeiro lugar, no reconhecimento jurídico destas populações (Decreto 6040) e na elevação dos montantes de recursos públicos destinados a projetos que, em tese, elevariam as condições da qualidade de vida destas populações.…”