O presente artigo procura analisar o modo de atuação das missões evangelizadoras na Aldeia Laje Velho, especificamente conduzidas pelas Missões Novas Tribos do Brasil - MNTB, que aproximadamente há cinquenta anos dedicam-se em converter esse coletivo indígena à religiosidade cristã. Outro aspecto aqui analisado é a identidade cultural Wari’, suas experiências ancestrais, sua cosmogonia, territorialidade e todo seu aporte simbólico com a natureza. Em seguida relacionamos esses dois aspectos aqui mencionados com os marcadores territoriais estruturantes e estruturadores, de modo que procuramos identificar e distinguir quais ações são consideradas originárias à coletividade e quais ações são características da sociedade envolvente. O trabalho é resultante de uma atividade de campo realizada com o povo Wari’ na Terra Indígena Igarapé Laje, localizada entre os municípios de Guajará - Mirim e Nova Mamoré no Estado de Rondônia. Apresenta em seu contexto as percepções obtidas e suas respectivas análises alicerçadas em abordagens metodológicas construídas por meio de referenciais bibliográficos, entrevistas, em que a fenomenologia constitui-se como base principal às análises em questão. PALAVRAS – CHAVE: Conversão. Identidade cultural. Marcadores Territoriais. Wari’.
O artigo pretende apresentar como o universo dos Paiter Suruí é concebido e organizado por essa etnia. A construção decorre das apreensões e experiências do espaço de ação dessa etnia que habita os estados de Mato Grosso e Rondônia, que durante o ritual Mapimaí – a criação do mundo – tem nos fenômenos e representações simbólicas o encontro de suas identidades, de forma que no evento torna-se mais perceptível a espiritualidade, da qual a territorialidade é integrante, sendo, portanto, materializada. A concepção do presente trabalho é de base empírica (vivência no Mapimaí) e de referenciais teóricos que abordam a questão indígena. Ressalta-se que o ritual, como representação e manifestação cultural, em decorrência de fatores externos à etnia esteve “adormecido” durante vários anos e foi retomado, pois no entendimento dos Paiter Suruí reforça sua identidade como povo e com isso possibilita o fortalecimento espiritual e dos laços afetivos, o que permite assegurar a territorialidade, considerando as constantes ameaças à Terra Indígena Paiterey Garah (Sete de Setembro).
A proposta deste artigo é realizar análise, em escala intra-urbana do planejamento e da infraestrutura do Plano Diretor de Porto Velho, capital administrativa de Rondônia e uma das principais cidades em expansão na Amazônia, em virtude da decorrência das construções do Complexo Hidrelétrico de Santo Antônio e Jirau-Usinas do Rio Madeira-e as situações de vulnerabilidade socioambiental, que deveriam ter sido sanadas com o Plano Diretor da Cidade já que este previa a construção desse Complexo desde sua criação, cujos desdobramentos incidem diretamente no território e apresentam impactos de várias dimensões na população regional. Usamos como metodologia as refl exões decorrentes da legislação vigente, referenciais teóricos, vivências dos autores em Porto Velho e suas percepções quanto ao planejamento e plano diretor desse município.
Este texto tem como objetivo discutir alguns resultados de pesquisa acerca da formação de redes e sujeitos agroecológicos em comunidades rurais tradicionais da Região do Centro-Sul e dos Campos Gerais paranaenses. Parte-se da discussão da Agroecologia (AE) como campo de produção social de saberes e de práticas, pelo qual se evidenciam estratégias de cooperação, de disputas e tensões entre diversos atores em escalas local, regional e nacional. Abordam-se, para tanto, três dimensões mobilizadoras de recursos e de capacidades potencializadoras de uma relativa autonomia socioambiental, as quais teoricamente poderiam ser impulsionadas por projetos agroecológicos: dimensão organizacional, dimensão epistemológica e dimensão tecnológica. Evidencia-se, portanto, a diversidade de estratégias sociais de apropriação, produção e legitimação de discursos e práticas agroecológicas que desvelam estratégias de territorialização de múltiplas racionalidades, sejam elas de organizações sociais locais, de universidades, de sindicatos e cooperativas, de poder público municipal, estadual e nacional.Destaca-se, do conjunto de imaginações agroecológicas em disputa, aquela que se aproxima de uma ética da campesinidade e dos saberes tradicionais, muitas vezes divergentes em alguns aspectos das concepções hegemônicas científicas e institucionais oficiais, no que tange à autonomia das três dimensões anteriormente mencionadas. Nesses termos, questiona-se em que medida uma ou mais práticas e imaginários de agroecologia – quando apropriados (adaptados e hibridizados) por coletividades rurais locais – podem figurar como dispositivos mobilizadores de capitais sociais e ecológicos para a produção de subjetividades e autonomias assentes em uma ética da campesinidade.elocation-id: e2230103Recebido: 24.08.2021 • Aceito: 04.02.2022 • Publicado: 23.02.2022Artigo original / Revisão por pares cega / Acesso aberto
A floresta está viva. Só vai morrer se os brancos insistirem em destruí-la. Se conseguirem, os rios vão desaparecer debaixo da terra, o chão vai se desfazer, as árvores vão murchar e as pedras vão rachar no calor. A terra ressecada ficará vazia e silenciosa. Os espíritos xapiri, que descem das montanhas para brincar na floresta em seus espelhos, fugirão para muito longe. Seus pais, os xamãs, não poderão mais chamá-los e fazê-los dançar para nos proteger. Não serão capazes de espantar as fumaças de epidemia que nos devoram. Não conseguirão mais conter os seres maléficos, que transformarão a floresta num caos. Então morreremos, um atrás do outro, tanto os brancos quanto nós. Todos os xamãs vão acabar morrendo. Quando não houver mais nenhum deles vivo para sustentar o céu, ele vai desabar.
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