Com o objetivo de discutir a inserção de produtos agroecológicos nos canais de comercialização, o presente artigo atrela princípios da ecoinovação à produção e certificação de produtos e processos advindos da agricultura familiar. Apresenta uma nova territorialidade, onde formam-se redes de agricultores e, por meio de organização social, há a certificação por pares e consequente uso de selos, atestando a qualidade do que é vendido. Debate-se, neste interim, agroecologia, sistemas participativos de certificação, ecoinovação, inovação social, redes, mercados e canais de comercialização. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho teórico que busca a reflexão crítica sobre a temática. Os resultados apontam para a crescente problematização das formas de apropriação, por diversos atores sociais, dos saberes agroecológicos pela racionalidade instrumental (tecnocientífica) e econômica, condicionando a autonomia e criatividade do sistema socioprodutivo local àquelas lógicas. Por outro lado, a constituição de redes alternativas para vendas conjuntas, seja com apropriação de novas tecnologias - como aplicativos e/ou websites, implica, sobremaneira, em mudança de paradigmas não apenas da agroecologia, mas também por parte dos consumidores que aderem a um novo comportamento social.