Diante das mudanças dos últimos anos no campo da avaliação científica, o objetivo deste artigo é caracterizar os efeitos da relação das atuais políticas de avaliação científica da CAPES e a subjetividade dos pesquisadores públicos em Administração. O estudo qualitativo foi realizado com 13 pesquisadores com alto índice de publicação e os enunciados foram analisados a partir da filosofia da linguagem de Bakhtin. Os resultados apontam para três eixos principais: (i) perda da dimensão coletiva da universidade como instância política de reflexão e decisão; (ii) corrida cega para um fim que não é problematizado; (iii) invisibilidade da intensificação do trabalho e negação de sua relação com os processos de saúde/doença. Esses eixos, em conjunto, expressam o grau de alienação a que chegou o trabalho científico, no qual a publicação da pesquisa segundo um padrão específico torna-se mais meritória que sua própria concepção e desenvolvimento. Constata-se uma ruptura, um desencontro, entre significado e sentido, que passam a ser ocupados por vozes monológicas – padronizantes – e que aniquilam a pluralidade que constitui, de fato, o fazer científico. Conclui-se que o desejo e o empenho dos pesquisadores em atender aos critérios de avaliação direcionam a produção acadêmica. Nota-se também a redução do exercício da autonomia e da dimensão política e social de reflexão na Academia.