Procuro discutir neste artigo alguns acontecimentos que marcaram as vidas e os corpos das haitianas Marli e Rose e, a partir de suas narrativas e das nossas vivências cotidianas, apresento algumas reflexões sobre “ser mãe” entre essas haitianas que se estabeleceram em Santa Bárbara d’Oeste. Através de suas experiências com trabalhos precários, com o racismo em sua violência mais diluída e corriqueira, como ocorre no Brasil, elas mostram as possibilidades de “ser mãe” em contextos em que o “prover” e o “cuidar” não podem ser feitos presencialmente e no dia a dia. Apresenta-se, assim, nas estratégias de construto de laços pelas de remessas, do contato frequente por meio de novas tecnologias, uma forma de resiliência à saudade que permeia seu cotidiano.