Aspectos clínicos, diagnóstico e tratamento do adenocarcinoma pulmonar canino: relato de caso

Abstract

<jats:p>A ocorrência de neoplasias pulmonares primárias em cães é rara, acomete principalmente cães idosos, o principal sinal clínico é tosse improdutiva de evolução crônica. Para o diagnóstico, leva-se em consideração achados na anamnese, achados clínicos e exames complementares, sendo a radiografia torácica o principal exame complementar. Para o diagnóstico definitivo é indispensável a realização do exame histopatológico, onde, o adenocarcinoma pulmonar tem sido o tipo mais comumente diagnosticado. O tratamento mais eficaz é a ressecção cirúrgica do nódulo, podendo associar a quimioterapia como terapia adjuvante. O prognóstico depende do tipo neoplásico, tamanho do tumor, possibilidade em realizar a cirurgia e ausência de metástase. Objetivou-se com este trabalho relatar o caso de um canino, fêmea, de raça Poodle, com onze anos de idade, atendida em uma clínica veterinária, com queixa de tosse há um mês e intolerância ao exercício. No exame físico o animal apresentava-se alerta com discreta taquipneia, taquicardia, mucosas normocoradas. Foram solicitados exames de rotina: hemograma, bioquímica renal e hepática e radiografia torácica, onde, foi identificado uma massa em lobo caudal direito. Para melhor visualização pulmonar, visando um possível tratamento cirúrgico, foi solicitada tomografia computadorizada a qual localizou uma estrutura em lobo medial direito, divergindo da radiografia torácica. O animal foi encaminhado para toracotomia com acesso intercostal, onde foi realizada lobectomia total do lobo médio direito e o material foi para análise histopatológica fechando o diagnóstico de adenocarcinoma pulmonar. O animal continuou sendo acompanhado por mais oito meses, após a última sessão de quimioterapia não apresentava sinais da doença.</jats:p>

Histiocitoma em caninos e felinos: Revisão

“…É uma dermatopatia incomum em cães (Santos et al, 2020) e, quando ocorre, acomete cães entre dois e quatro anos de idade. Não há predisposição sexual e as raças mais predispostas são Collie e Golden Retriever (Miller et al, 2013;Pessoa, 2008).…”

“…Como características clínicas do histiocitoma fibroso benigno na forma cutânea, temos nódulos solitários ou múltiplos, firmes, circunscritos, com tamanho variando de 0,5 a 7cm de diâmetro, sendo suas aparições mais comuns em região de face, membros e escroto; a pele que o recobre pode estar com aparência normal ou alopécica (Pessoa, 2008;Smith et al, 1976).…”

“…O diagnóstico é feito da mesma maneira para todos os tipos de histiocitoma, através da imunohistoquímica e deve-se fazer diferenciação histológica dos histiocitomas fibrosos, os quais podem ser benignos ou malignos (Santos et al, 2020). Histologicamente, a maior parte de sua constituição celular se dá por presença de histiócitos e fibroblastos (Pessoa, 2008;Smith et al, 1976). A disposição celular estoriforme-pleomóficos, sendo as células gigantes, infiltrado inflamatório e degeneração mixóide (Goldschmidt & Goldschmidt, 2017;Goldschmidt & Shofer, 1992;Meuten, 2002;Santos et al, 2020;Stannard & Pulley, 1978)).…”

“…Mesmo que os histiocitomas sejam considerados comuns, o histiocitoma fibroso benigno é pouco diagnosticado e com poucos relatos de tratamento (Santos et al, 2020), que pode ser realizado com exérese tumoral e a administração de anti-inflamatórios esteroidais (Miller et al, 2013;Pessoa, 2008).…”

“…O histiocitoma fibroso maligno é uma neoplasia rara em animais (Garma-Aviña et al, 1981), sendo mais relatado em cães e gatos em relação às demais espécies (Brum et al, 2015;Meuten, 2016;Stannard & Pulley, 1978). Em cães idosos é incomum (Pessoa, 2008;Waters et al, 1994) e já houve relato em um filhote de quatro meses (Pessoa, 2008;Pires, 1997). A localização mais comum o dorso do tórax e escápulas (Pessoa, 2008;Withrow et al, 2020); porém, pode passar a existir como tumor primário no baço, tecido ósseo, glândulas salivares, rim e tecido subcutâneo (Gleiser et al, 1979;Pessoa, 2008;Sánchez et al, 2005).…”