Aspectos ecológicos das espécies regenerantes de uma floresta urbana com 150 anos de sucessão florestal: o risco das espécies exóticas

Abstract

A presença de florestas dentro de centros urbanos tem grande importância, principalmente devido aos serviços ecossistêmicos proporcionados por elas. Fragmentos urbanos são pouco estudados e trabalhos quantitativos focados na flora arbórea na área do presente estudo nunca foram realizados. O objetivo foi avaliar a composição, estrutura e diversidade de espécies regenerantes de uma floresta urbana, oriunda de um projeto paisagístico. Buscou-se responder a seguinte questão: a floresta está conseguindo avançar no processo sucessional após 150 anos de regeneração natural? O estudo foi realizado em uma área com tamanho total de aproximadamente 7,8 ha e de predomínio da Floresta Atlântica. A amostragem foi realizada em 25 parcelas de 5 x 5 m, nas quais todos os indivíduos com diâmetro a altura do peito (DAP) < 5 cm e altura > 1 m foram amostrados. Encontram-se 1297 indivíduos, distribuídos em 84 espécies. Três espécies exóticas com conhecido potencial invasor foram encontradas: Coffea arabica, Artocarpus heterophyllus e Persea americana. A espécie Coffea arabica apresentou o maior Valor de Importância na comunidade. O índice de diversidade de Shannon foi de H’ = 3,10 nats.ind-1, e equabilidade de Pielou de J’ = 0,70. A análise de Cluster (coeficiente de Morisita-Horn) evidenciou uma comunidade com baixa heterogeneidade interna. A análise dos grupos ecológicos revelou uma comunidade com dificuldades em avançar para estágios sucessionais superiores. Este estudo é importante para reforçar o risco das espécies exóticas invasoras em projetos paisagísticos.

Small forest fragments and their importance for conservation of tree communities in Atlantic Semideciduous Forest

“…Even in understory strata, the families that showed the highest richness were represented by Myrtaceae, Fabaceae, Rubiaceae, Melastomataceae and Lauraceae; all of them are commonly found in the mature stage of Semideciduous Atlantic forests (Oliveira Filho & Fontes 2000, Estevan et al 2016, Torres et al 2017. Interestingly, the richest genera (Aspidosperma, Casearia, Eugenia, Machaerium, Myrcia, Ocotea, Trichilia), with few exceptions (Ficus as the richest only in the tree stratum, while Miconia only in the understory one), were very similar between both stratum and have almost 50% of all species, being also the richest genera in other studies from semideciduous forest fragments (Meira-Neto & Martins 2002, Machado et al 2004, Santana et al 2019.…”

Floristic and structure of different strata in an urban Semideciduous Forest in Jataí, Goiás state, Brazil

“…In particular the regenerating strata, since they encompass a layer of ephemeral plants, are more vulnerable to disturbances, which modify the microclimate conditions of a forest environment. Therefore, investigating the processes involved in natural regeneration is essential, with a focus on understanding the likely floristic and structural changes in forest ecosystems (CALLEGARO et al, 2015;SANTANA;CARVALHO, 2019).…”

Floristica, estrutura e formas de vida da regeneração de uma savana amazônica, Pará, Brasil

“…Para que haja a compreensão da dinâmica de um ecossistema, além de conhecer o processo regenerativo de espécies arbóreas, é essencial compreender a composição e estrutura do estrato inferior e o entendimento das relações entre as espécies e o meio composto por espécies herbáceas, arbustivas, lianas e epífitas, ainda que o conhecimento sobre essas espécies seja restrito (Silva et al, 2021;Maués et al, 2011). A regeneração é um processo variável no tempo e no espaço que representa uma fase importante para a sobrevivência, crescimento e manutenção da comunidade (Santana et al, 2019). A predição da estrutura das comunidades vegetais ocorre através do levantamento de amostras quantitativas e qualitativas do estrato inferior, a partir daí é possível conhecer a função de cada espécie, as preferências por habitat e suas relações ecológicas, ainda que o estrato inferior é utilizado como indicador biológico através de informações geradas sobre composição, estrutura e a forma como mesmo funciona (Aparicio et al, 2014;Franco et al, 2014).…”