Aspectos ético-legais que envolvem a manipulação de dentes humanos extraídos

Abstract

Investigou-se o conhecimento de cirurgiões-dentistas acerca dos aspectos ético-legais envolvidos na manipulação e descarte de elementos dentários humanos extraídos. Utilizou-se um questionário semiestruturado, enviado eletronicamente para cirurgiões-dentistas. As perguntas objetivas foram analisadas pela estatística descritiva e as subjetivas pelo Discurso do Sujeito Coletivo. Dos 208 cirurgiões-dentistas respondentes, 78,4% reconheceram o elemento dentário como órgão, 98,6% afirmaram ter utilizado dentes humanos para treinamento laboratorial e pesquisa na graduação e pós-graduação, 42,4% obtiveram esses dentes em unidades de saúde, 28,3% em consultórios odontológicos, 22% na instituição de ensino e 2,4% através de compra. Sinalizou-se a doação por unidades de saúde e consultórios odontológicos como forma ideal para aquisição dos dentes (72,11%). Apesar de 75,5% afirmarem conhecer a regulamentação específica, isso não se refletiu nas demais questões avaliadas. Quanto ao risco biológico na manipulação dos dentes, 88,9% consideraram existir e a análise qualitativa das respostas gerou as categorias “contaminação” e “infecção cruzada”. Já sobre a finalidade do Banco de Dentes, 59,6% declararam conhecê-las, emergindo categorias como “ensino e pesquisa” e “comércio ilegal”. A despeito desse conhecimento, apenas 43,3% indicaram estar totalmente dispostos a se vincular a um Banco de Dentes para doação. Conclui-se que existe pouco conhecimento quanto aos aspectos ético-legais envolvidos na manipulação e descarte de dentes humanos extraídos e que essa insciência se reflete na baixa intenção em se vincular às atividades de um futuro Banco de Dentes instalado no município pesquisado.

Modelos de ensino da Endodontia em cursos de graduação em Odontologia do Estado do Amazonas

“…A utilização de dentes humanos é complexa do ponto de vista ético-legal e deveria ser operacionalizada por um biobanco ou banco de dentes humanos, oferecendo assim, elementos dentais para o ensino e pesquisa de forma ética e biologicamente segura. No entanto, ainda é comum estes dentes serem coletados em serviços públicos ou clínicas particulares e em alguns casos serem comercializados clandestinamente 27 .…”

Percepção De Acadêmicos De Odontologia Sobre Doação De Órgãos E Banco De Dentes Humanos

“…Este tema deve ser discutido de maneira transversal nos cursos de formação profissional. 2 Os Bancos de Dentes vêm mostrando uma maneira ética para controlar os usos e abusos de práticas acadêmicas ainda hoje praticadas. 3 Existem outras vantagens da criação de um Banco de Dentes Humanos, como, por exemplo, a conscientização dos acadêmicos, pesquisadores, professores, cirurgiões-dentistas e da população em geral quanto à importância da doação de órgãos, ao uso biosseguro dos dentes pelos alunos e professores durante as atividades didáticas.…”

Significados atribuídos por pesquisadores à etapa de calibração para má oclusão

“…É sugerido pela OMS 43 realizar treinamento clínico por 8 horas, corroborando com o achado no presente estudo onde um consenso entre os pesquisadores foi apontado para a realização de treinamento clínico entre 4-8 horas. É de extrema importância esta etapa pois é durante o treinamento que os examinadores adquirem conhecimento sobre os critérios, índices e códigos a serem utilizados durante os exames e tiram suas dúvidas, porém encontra-se na literatura poucos detalhes sobre essa etapa, sem menção quanto ao método e a duração 18,44,48,52,53 A baixa taxa de resposta do estudo configura-se como um fator limitante do mesmo, entretanto corrobora com os achados recentes na literatura de pesquisas também realizadas em ambiente virtual durante a Pandemia COVID-19, onde pesquisadores encontraram dificuldade de adesão à pesquisa [59][60][61][62] . Sugere-se que alguns fatores possam estar relacionados a este resultado como: o desgaste emocional que a pandemia gerou no público em geral, inclusive nos pesquisadores [63][64][65] , a baixa similaridade com a ferramenta online de coleta de dados 66 e o próprio universo da pesquisa ser muito restrito, ou seja, de pesquisadores de Instituições de Ensino Superior em Odontologia que realizam pesquisas clínicas e/ou epidemiológicas sobre má oclusão, o que resultou na baixa captação dos potenciais participantes para a pesquisa.…”