OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida (QV) de mulheres com doença falciforme (DF) atendidas em um hospital terciário no Recife, Brasil.MÉTODOS: Estudo de corte transversal, com 60 mulheres, de 18 a 44 anos, sendo 30 mulheres com DF e 30 sem DF, pareadas por idade e acompanhadas no ambulatório de ginecologia do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP), Recife, Brasil. Foi aplicado um questionário para caracterização sociodemográfica e outro para avaliar a QV, o WHOQOL-Bref. As médias dos escores de QV dos dois grupos com e sem DF foram comparadas pelo teste t de Student, adotando nível de significância de 5%.RESULTADOS: A mediana da idade das mulheres foi de 28,5 anos (IIQ=25-35) para o grupo com DF e de 29 anos (IIQ=24-36) para o grupo sem DF. Não houve diferença entre as características sociodemográficas nos dois grupos, exceto para a variável renda (p=0,002). Houve predominância da raça negra no grupo de mulheres com DF, sem diferença estatística entre os grupos (p=0,198). A ocorrência de eventos clínicos relacionados com a DF foi relatada por 90% das mulheres. Em relação à avaliação da QV, os escores dos domínios físico, psicológico e meio ambiente foram mais altos no grupo de mulheres sem DF, embora apenas o domínio físico tenha mostrado diferença estatística entre os grupos (p=0,023).CONCLUSÕES: A DF parece interferir na QV das mulheres, principalmente em relação aos aspectos físicos.