Aspectos Socioambientais da Pesca Manejada de Pirarucus (Arapaima gigas) no Sistema de Lagos Jutaí-Cleto, Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, AM

Abstract

This manuscript analyzes the socio-environmental aspects of the pirarucus (Arapaima gigas) management project developed by a collective of fishermen and fisherwomen living in four communities of the Mamirauá Sustainable Development Reserve (MSDR), state of Amazonas, in the Jutaí-Cleto lakes system. The objective is to describe the way of organizing the work for the capture of animals, and to highlight the importance of this project for the conservation of fishery resources in the Amazonian floodplain, and for the reproduction of traditional ecological knowledge and fishing techniques. The data analyzed results from surveys conducted between 2011 and 2016 with this group of managers, obtained using participatory methodologies, with direct observation of their practices, participation in meetings and conducting formal interviews with fishermen and fisherwomen. The manuscript shows that the traditional ecological knowledge is combined with scientific knowledge, allowing fishermen to make decisions about when and where to fish in the lakes. The organization of the managed fisheries work is guided by concepts such as equality, cooperation, and gender equity, but the division of the group into teams and the field of expertise on the ecology and behavior of animals, and on the characteristics of the environment, have an impact on fishery productivity and on the individualization of the gains. We conclude by showing that the management project is contributing to the circularity of knowledge related to pirarucus fishing, and the importance of the participation of women, creating the conditions for children to be involved in this activity.

Pescadores Artesanais Na Gestão Participativa De Recursos Hídricos

“…Mediante a combinação de conhecimentos tradicionais dos pescadores e conhecimentos técnico-científicos de pesquisadores, foram utilizados de forma pioneira em 1999, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, no rio Solimões (AM), acordos para regulamentação da pesca do pirarucu (Silva et al, 2020). Durante esse processo, a gestão participativa é evidenciada quando os conhecimentos tradicionais são utilizados no método aplicado para estimar a população dos animais, no mapeamento do território, na definição dos calendários de pesca, na captura dos animais e avaliações sobre variação das características do animal pescado (Oviedo e Bursztyn, 2003;Oviedo et al, 2015;Alencar e Sousa, 2018). Silva (2011), explica que no rio Negro, os conflitos envolvendo os pescadores artesanais foram intensificados com o aumento da pesca esportiva e comercial, representando uma ameaça a manutenção dos estoques naturais de peixes.…”

O Trabalho Em Vilas Rurais Sob Influência Da Dendeicultura No Nordeste Parense

“…No decorrer de nossa pesquisa, esses povoamentos rurais eram designados por seus moradores de diversas maneiras: "vilas rurais", "comunidades", "travessão", "colônia", entre outros. Na literatura não é incomum utilizar a designação de "vilas" em estudos no Amazonas, a exemplo de Alencar (2010), e no Pará, Guerra (2015), Guedes e Cordovil (2013) e Silva (2011). Adotamos a expressão "vilas rurais" baseada nessas literaturas, mas por compreender que esta também foi a mais comum entre as denominações utilizadas por seus moradores.…”

Dimensões da pesca na comunidade quilombola de Mangueiras (Ilha do Marajó, Pará): características, conhecimentos tradicionais e cosmologias

“…Durante a pescaria, os grupos se organizam de modo que em cada montaria contenha dois pescadores, assim, enquanto um pilota, o outro fica com a responsabilidade de lançar a rede na água ou tarrafear se for o caso, para que estes consigam capturar os peixes. No trabalho de Alencar & Sousa (2017), na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, o mais experiente direciona a canoa para fazer um círculo com a rede e assim vai corrigindo quem está jogando a rede.…”