Assistência de Enfermagem a crianças ribeirinhas com parasitoses na Amazônia: Revisão integrativa de literatura

Abstract

Este estudo tem como objetivo verificar e analisar os artigos produzidos na literatura científica que dissertam sobre a temática em periódicos nacionais e analisar a assistência de enfermagem em relação ao cuidado com a população infantil com parasitoses. Trata-se de revisão integrativa da literatura na qual foram utilizadas as bases de dados LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Eletronic Library Online) e BDEnf no idioma português no período compreendido de 2010 a 2020. A partir da pesquisa dos dados foram utilizados 10 artigos para que fosse composta a discussão, sendo 3 artigos da LILACS, 5 da SciELO e 2 da BDEnf. A população infantil ribeirinha está mais desprotegida ao contágio por parasitos, devido à precariedade de saneamento básico na região somado a fatores culturais de alimentação e higiene pessoal, desse modo, a assistência de enfermagem tem um papel essencial promovendo a prevenção e tratamento dessas enfermidades, a fim de garantir saúde e bem-estar às crianças.

Enteroparasitoses em uma região da Amazônia ocidental

“…O presente estudo evidenciou que as enteroparasitoses ocasionadas por protozoários foram as mais prevalentes na população avaliada, no qual os parasitos Endolimax nana e Giardia lamblia foram os principais agentes etiológicos. As infecções por parasitos protozoários estão entre as mais recorrentes na região norte, esse fato pode estar associado a falta de saneamento básico na região, o que leva a contaminação da água e de alimentos por esses organismos (VALENTIM et al, 2020;SILVA et al, 2021;SOUZA et al, 2021). Os protozoários são seres unicelulares e de vida livre, desta forma o meio de contaminação pode ocorrer por diversas maneiras, no que se concerne a espécie Endolimax nana, não patogênica e sua infecção na maioria dos casos é assintomática, logo não é tratada, já a Giárdia lamblia, espécie patogênica, o infectado logo procura uma unidade de saúde para dar início ao tratamento, desta forma o meio de contaminação e sintomas presentes refletem à sua alta prevalência (RÊGO et al, 2017).…”

“…No Brasil, somente 40% da população possui acesso a esgoto tratado, despejo adequado de resíduos e efluentes no meio ambiente, e água tratada, o que prejudica a quali-dade da água disponível para consumo humano (BRASIL, 2017). Segundo Silva et al (2021) a população que habita bordas de rios e muitas vezes apresentam ausência de serviços de esgoto, coleta de lixo, limpeza pública e água, o que pode agravar os casos de doenças enteroparasitárias. Pois o ciclo de transmissão dos enteroparasitos está relacionado com a água, alimentos e objetos contaminados por fezes humanas.…”

“…A prevalência de infecções por enteroparasitoses é um dos melhores indicadores do status socioeconômico de uma população, onde pode estar associada a diversos determinantes. (SILVA et al, 2021). Sendo que o principal grupo de risco para contaminação é constituído por jovens em idade escolar, por razão de seu sistema imunológico imaturo e da precariedade na manutenção de hábitos saudáveis de higiene pessoal (CAVAGNOLLI et al, 2015).…”

“…Regiões que apresentam clima tropical com elevada umidade, altos índices de chuvas e altas temperaturas podem ser as mais acometidos (MENEZES et al, 2013;RÊGO et al, 2017). Na parte ocidental da Amazônia a sequência das estações de chuva e seca, com alternâncias de inundações, podem apresentar casos de infecções por parasitoses, a utilização da água em atividades domésticas ou uso pessoal representa um sério problema a saúde devido a presença de diferentes patógenos (PICANÇO et al, 2019;SILVA et al, 2021). Assim, inferimos que no município de Cruzeiro do Sul no estado do Acre, pode haver uma taxa de infecções pelas enteroparasitoses, principalmente em épocas de chuva.…”