Associação entre a infecção pelo SARS-CoV-2 e o aparecimento de manifestações orais: uma revisão sistemática

Abstract

O objetivo desta revisão sistemática qualitativa é estabelecer a relações entre a infecção pelo SARS-CoV-2 e o aparecimento de manifestações bucais. Os resultados foram obtidos após extensa pesquisa e revisão de artigos atualmente publicados sobre o tema em questão. Estudos apontam que a mucosa da cavidade oral pode ser uma rota de alto risco para a infecção pelo SARS-CoV-2, levantando a hipótese de que lesões podem se desenvolver na cavidade bucal em decorrência da infecção pelo vírus. As alterações mais comumente relatadas são os distúrbios do paladar, como disgeusia, hipogeusia e ageusia. Lesões de mucosa, como úlceras, erosões, mucosites, bolhas, máculas e placas, também foram encontradas em pacientes acometidos, variando em quantidade, aparência de cor e localização. Sensação de boca seca, alterações na ATM e infecções virais e fúngicas oportunistas foram relatadas em alguns casos. No entanto, ainda não está clara a relação direta de causa e efeito entre a infecção pelo SARS-CoV-2 e o aparecimento de lesões na cavidade bucal. Autores defendem que o estado geral de imunossupressão, estresse e/ou alterações vasculares, inerentes à doença COVID-19, podem explicar o aparecimento dessas lesões. É evidente, portanto, que existe uma relação entre COVID-19 e o desenvolvimento de lesões bucais, porém mais estudos são necessários para entender a patogenia dessas alterações.

Manifestações orais em pacientes infectados pela COVID-19

“…Em geral, percebe-se que as manifestações orais causadas pela COVID-19 são lesões de menor gravidade. Essas lesões costumam regredir de 3 a 21 dias através do tratamento ou até mesmo sozinhas (Franco, Eloi, Franco, & Oliveira, 2022).…”

Manifestações orais em indivíduos portadores de COVID-19: revisão de literatura

“…Na literatura atual, é sabido que a doença COVID-19 é causada pelo vírus SARS-CoV-2 (Franco et al,2022). O vírus possui estrutura membranosa de proteínas (spike), capaz de penetrar nas células pelos receptores celulares ACE2 (enzima conversora de angiotensina II).…”

“…(Camargo et al, 2021). Com a alta capacidade de propagação da doença, estudos foram realizados pelos profissionais da área da saúde a respeito das alterações que o vírus pode causar, onde diferentes manifestações foram relatadas na literatura atualmente (Franco et al, 2022;Pedrosa et al,2020;Lechien et al, 2020).…”

“…Condições como temperatura e umidade na cavidade oral são propícias ao crescimento de diversos microrganismos, de modo que a cavidade oral se torna a principal fonte de transmissão da infecção e pode ser considerada a porta de entrada para a COVID-19. O SARS-CoV-2 utiliza a proteína Spike para se ligar às membranas celulares e invadir as células hospedeiras, sendo o receptor mais comum a enzima conversora de angiotensina II (ACE2), encontrada nos pulmões, coração, rins e na boca como o língua e glândulas salivares (Franco et al, 2022) Pode-se dizer que o COVID-19 afeta todos os sistemas do corpo humano de forma diferenciada, em relação à cavidade oral, existem estudos que correlacionam a contaminação causada pelo vírus e o aparecimento de lesões orais. (Oliveira et al, 2021;Cardoso et al, 2020;Farook et al, 2020;Mortazavi et al, 2020;Santos et al, 2020).…”